Expectativa de vida com HIV é quase normal, revela estudo

A expectativa de vida de pessoas infectadas com o vírus HIV na Europa e nos Estados Unidos aumentou em dez anos com o surgimento dos medicamentos antirretrovirais, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (10/05) pela revista médica britânica “The Lancet”.

Isso significa que muitos pacientes têm uma expectativa de vida quase igual à de pessoas sem o HIV. Uma pessoa que começou o tratamento aos 20 anos em qualquer ano a partir de 2008 tem expectativa de vida de até 78 anos. Na população sem HIV, a expectativa é de 79 anos para homens e 85 para mulheres na França, e de 78 anos para homens e 82 para mulheres nos EUA.

Segundo os pesquisadores, os pacientes tratados com antirretrovirais desde 2008 vivem por mais tempo e de modo mais saudável do que os que iniciaram tratamento em anos anteriores. Isso ocorre porque medicamentos modernos têm menos efeitos colaterais tóxicos, há mais opções para pessoas infectadas com a cepa de HIV resistente às drogas e melhores tratamentos para infecções.

Segundo o estudo, com a percepção de que os soropositivos poderão viver até idades mais avançadas, os médicos estão tentando diagnosticar e tratar logo também as comorbidades, como a hepatite C e o câncer.


A pesquisa analisou 18 estudos europeus e americanos, contabilizando dados de mais de 88 mil pacientes que iniciaram o tratamento com antirretrovirais entre 1996 e 2010.

“Informações sobre a expectativa de vida das pessoas com HIV e o conhecimento de que ela pode estar se aproximando da expectativa de vida da população em geral é importante para motivar indivíduos em situação de risco a realizar testes e convencer infectados a iniciar imediatamente o tratamento com antirretrovirais”, além de “diminuir a estigmatização das pessoas vivendo com HIV e ajudá-los a obter seguros de saúde e conseguir emprego”, afirma o artigo.

Os antirretrovirais começaram a ser usados em grande escala a partir de 1996. Eles não curam a doença e o tratamento dura a vida toda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que esses medicamentos sejam usados pelas pessoas infectadas logo após o diagnóstico.

Nos países pobres, muitas vezes os soropositivos são diagnosticados quando a doença já está em estado avançado, e o tratamento nem sempre está disponível, além de ter custos muito elevados. (Com agências internacionais)

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