Velhacos, Sarney, FHC e Lula trabalham nos bastidores para emplacar o poltrão Jobim no Planalto

O Brasil vive uma crise política sem precedentes, que fermentou sobremaneira após o estranho e inexplicável acordo de colaboração premiada do Grupo JBS, mas quem em tese poderia solucionar o problema está a trabalhar para criar outro bem maior.

O presidente Michel Temer continua no cargo, mas vem perdendo de forma paulatina as condições básicas necessárias para comandar o País. A questão não está apenas nos efeitos colaterais da conversa nada republicana com o empresário Joesley Batista, mas na essência dos políticos brasileiros, algo marcado pela covardia e pelo fisiologismo.

Tomando por base que 2018 será, pelo menos por enquanto, ano de eleições gerais, aqueles que hoje estão na destroçada base aliada começam a abandonar o barco para minimizar os problemas com o eleitorado. Isso porque muitos precisam da reeleição por causa do foro do privilegiado, enquanto outros foram picados pela mosca azul.

Enquanto Temer resiste no cargo como pode, valendo-se da Constituição Federal e de conhecidos criminalistas que antecipadamente já o defendem no escopo do JBSgate, alguns ditos caciques políticos começam a decidir nos bastidores o futuro do País sem o atual presidente da República.

José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio da Silva, que há muito deveriam estar a léguas de distância dos holofotes políticos, até porque mais atrapalham do que ajudam, começam a tramar a sucessão de Michel Temer, como se isso já fosse assunto consolidado. A questão não é defender Temer, pelo contrário, mas de respeitar a sequência dos fatos e cumprir o que determina a legislação vigente.

PMDB, PSDB e PT – partidos de Sarney, FHC e Lula, respectivamente – estão afundando sistematicamente na lama do Petrolão, o maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos, mas a trinca de nefastos insiste em dar palpites.

Com Sarney ostentando o surrado fardão da aposentadoria, FHC considerando a si próprio como carta fora do baralho por causa da idade e Lula tendo a Justiça no seu encalço, os ex-presidentes tramam param colocar no Palácio do Planalto ninguém menos que Nelson Jobim, um canhestro que sempre sonhou com a Presidência da República, mas agora diz de maneira dissimulada não querer saber do assunto.

Jobim ainda abusa do fato de ter estado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para vender à desavisada opinião pública certa aura de genialidade política, mas quem conhece as coxias da política nacional sabe que o peemedebista gaúcho, natural de Santa Maria, tem um jeito estúpido de ser, mas quando quer exala uma falsa diplomacia.

Nelson Jobim também não mede consequências quando quer alimentar os seus caprichos. Afinal, deixou precipitadamente o STF acreditando que seria candidato a vice na chapa de Lula, em 2006, mas seu projeto político não passou de voo de galinha. Como prêmio de consolação, Jobim foi nomeado ministro da Defesa do segundo governo Lula, tendo permanecido no cargo até o primeiro ano da era Dilma.

Mas a essência de Nelson Jobim brotou de maneira mais intensa nos bastidores do trágico acidente com um avião da TAM, no Aeroporto de Congonhas (São Paulo), em 17 de julho de 2007. Jobim, ciente da verdade dos fatos, covardemente não impediu que responsabilidade pela tragédia aérea fosse despejada sobre Denise Abreu, então diretora jurídica da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Nelson Jobim sabia que responsabilidade era – como ainda é – da Infraero, responsável pelos aeroportos brasileiros, mas preferiu silenciar, quiçá tenha atuado nos bastidores para colocar uma pessoa inocente no patíbulo da culpa.

Desde o primeiro instante, o editor do UCHO.INFO afirmou que Denise Abreu era inocente e que jamais poderia ser responsabilizada por um acidente que deixou 199 mortos, apenas porque Lula e Dilma Rousseff (então chefe da Casa Civil) se acovardaram diante da verdade. E o editor fez tal defesa por ética e responsabilidade jornalística, não pelos motivos alegados à época por invejosos e maledicentes jornalistas que por incompetência profissional não tinham acesso às informações mais reservadas sobre o episódio.

Ademais, Denise sequer poderia ser responsabilizada por uma grosseira falha técnica na pista de Congonhas, reformada sob o manto do superfaturamento, pois sua área de atuação sempre foi jurídica, inclusive na ANAC. E por lógica um operador do Direito não responde por assuntos afetos a engenheiros, e vice-versa.

Que ninguém se deixe levar pelo jeito pomposo de alguém que, instalado em um corpanzil, usa a fala grossa para balbuciar saber jurídico e destreza política. O Brasil não mais precisa de políticos profissionais, mas, sim, de pessoas dispostas a trabalhar em prol da nação e passar o País a limpo. A eventual chegada de Nelson Jobim ao Palácio do Planalto significa o retorno de Lula em janeiro de 2019. Sem contar que os padrinhos de Jobim (Sarney, FHC e Lula) na empreitada que se anuncia dispensam maiores apresentações, até porque o currículo de cada um fala por si.

Em relação a Nelson Jobim, que há muito circula pela capital paulista salivando a tese de que é a derradeira salvação do Brasil, os leitores ainda se surpreenderão com o corroído e ressuscitado vexilo da política verde-loura.

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