Rede de pizzaria Domino’s engrossa boicote aos produtos do Grupo JBS

A rede de pizzarias norte-americana Domino’s anunciou que não mais utilizará produtos da JBS, que está no epicentro da crise política que sacode o governo de Michel Temer. De acordo com a Domino’s, segunda maior cadeia de pizzarias do planeta, o boicote ocorre pelo fato de a companhia “prezar pela ética e transparência nos negócios”.

“Prezamos muito pela transparência e ética com todos apaixonados por Domino’s, e compartilhamos do mesmo sentimento de revolta quando estes valores não são levados em consideração”, destacou a empresa em comunicado publicado nas redes sociais. “Por isso, queremos esclarecer que não utilizamos mais nenhum produto da marca JBS”.

A empresa também informou que a medida vale para as cerca de 200 lojas da marca no Brasil. A processadora de carnes JBS fornecia frango para a Domino’s.

Em nota subsequente, o diretor-geral da Domino’s Brasil, Edwin Jr., afirmou que “a rede de franquias da Domino’s possui fornecedores homologados e os franqueados só podem utilizar exclusivamente estes produtos, que são pré-aprovados pela franqueadora, a nível nacional e internacional”. Fundada em 1960, a Domino1s tem mais de 10 mil lojas espalhadas em mais de 70 países.


A JBS é controlada pela J&F, de propriedade dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que ganharam notoriedade há cerca de dez dias quando uma gravação de uma conversa com presidente Michel Temer foi revelada pela imprensa. No diálogo, o empresário afirma para o chefe de Estado que subornou dois juízes e um procurador. O presidente apenas assentiu e não revelou o caso. Ainda segundo um delator, o diretor da J&F Ricardo Saud, a holding fez pagamentos de propina a 1.829 candidatos, de 28 partidos e também a 16 governadores eleitos.

Logo após a divulgação dos áudios, usuários deram início a uma campanha em redes sociais pedindo o boicote dos produtos da JBS e de outras marcas da J&F, como Havaianas, Mizuno e Vigor entre outras.

Na última semana, A J&F fechou acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF), comprometendo-se a pagar multa de R$ 10,3 bilhões. Trata-se do maior valor da história global em acordos de leniência, espécie de delação premiada para empresas.

O recorde anterior pertencia ao Grupo Odebrecht, investigado na Operação Lava-Jato e que em novembro passado concordou em pagar US$ 2,5 bilhões (R$ 6,8 bilhões) por conta dos escândalos de corrupção no escopo do Petrolão. Anteriormente, o recorde pertenceu à empresa alemã Siemens, que em 2008 concordou em pagar US$ 1,6 bilhão a autoridades dos Estados Unidos e da Europa. (Com agências internacionais)

apoio_04