FBI prende suposta informante no caso do escândalo dos hackers russos

Uma funcionária terceirizada contratada pelo governo dos Estados Unidos foi acusada pelo Departamento de Justiça de ser responsável pelo vazamento de informações confidenciais à imprensa. A informação em questão estava relacionada à influência de hackers russos nas eleições presidenciais americanas.

De acordo com uma declaração juramentada, divulgada na segunda-feira (5), Reality Leigh Winner, veterana da Força Aérea, admitiu ter imprimido e enviado o relatório para a imprensa em maio. Se for condenada, a jovem de 25 anos pode receber até dez anos de prisão.

Winner trabalhava para a consultora Pluribus International e tinha autorização para manipular informação classificada como “muito secreta”. Investigadores constataram que ela foi uma das seis pessoas a imprimir o documento em questão.

“As pessoas a que são confiadas informações confidenciais e que prometem protegê-las devem ser responsabilizadas quando violam essa obrigação”, disse o vice-procurador-geral Rod Rosenstein, acrescentando que a divulgação de documentos secretos ameaça a segurança nacional.

Embora autoridades se recusassem a nomear o veículo de comunicação em questão, o anúncio da prisão ocorreu apenas uma hora depois de o portal The Intercept ter publicado um documento da Agência de Segurança Nacional (NSA) que descrevia como a inteligência militar russa atingiu um software de votação dos EUA com ataques de phishing – técnica de fraude online – para roubar dados.


Um dos cofundadores do portal “The Intercept” é Glenn Greenwald, um dos jornalistas que se reuniram e entrevistaram o ex-funcionário da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) Edward Snowden, em Hong Kong, e o primeiro a publicar detalhes da extensão da vigilância da NSA contra cidadãos americanos.

As informações publicadas pelo The Intercept nesta segunda-feira foram confirmadas como autênticas por autoridades próximas ao caso, divulgou a agência de notícias Reuters. Embora os documentos não provem influência direta nas eleições dos EUA, eles fornecem evidências de que hackers russos tentaram fazê-lo dias antes da votação em novembro.

Investigação de espionagem

O Departamento Federal de Investigação (FBI) e múltiplos comitês do Congresso estão investigando o papel desempenhado por hackers russos e possivelmente pelo governo da Rússia nas eleições presidenciais do ano passado, assim como qualquer ato conspiratório que possa ter sido cometido entre membros da equipe de campanha do então candidato republicano, Donald Trump, e autoridades do Kremlin.

Na próxima quinta-feira (8), James Comey, ex-diretor do FBI cuja demissão por Trump causou surpresa, testemunhará perante o Comitê de Inteligência do Senado sobre a Rússia e suas relações com o presidente dos EUA.

Era esperado que o presidente americano fosse usar seu privilégio executivo para impedir o testemunho de Comey, mas a Casa Branca emitiu uma declaração na segunda-feira na qual informa que Trump não adotará tal medida para “facilitar uma inquirição rápida e minuciosa dos fatos”.

O interesse público sobre o que Comey tem a dizer é tamanho que várias grandes emissoras dos EUA, incluindo ABC e CBS, anunciaram que cancelarão suas programações regulares para transmitir o interrogatório ao vivo. (Com agências internacionais)

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