TSE: ao rejeitar preliminares de Dilma e Temer, relator chama Odebrecht de parasita da Petrobras

Tensa, a segunda sessão de julgamento do processo sobre a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quarta-feira (7), foi marcada por divergências e troca de farpas entre os ministros Herman Benjamin, relator da ação, e Gilmar Mendes, presidente da Corte eleitoral.

O ministro-relator rejeitou três preliminares apresentadas pelas defesas de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), sendo a principal delas a relacionada à inclusão do conteúdo dos depoimentos prestados por delatores da Operação Lava-Jato.

O advogado da ex-presidente Dilma alegou que os depoimentos dos marqueteiros João Santana e Mônica Mora e de executivos da Odebrecht não têm qualquer relação com a ação protocolada pelo PSDB, em 2014, mas é preciso lembrar que na petição inicial há a menção de que a campanha da então presidente da República foi financiada pela empreiteira baiana, através de dinheiro de propina resultanrte de contratos com a Petrobras.


“Dizer que Odebrecht foi invenção do relator… Esses documentos indicam que essa relação não procede”, afirmou Herman Benjamin. “Não há fatos novos e sim fatos não explicitados”, completou o ministro.

“A Odebrecht foi um parasita da Petrobras. O maior parasita da Petrobras foi a Odebrecht, por mio da Braskem. Portanto, é absolutamente descabido se dizer da tribuna, com todo o respeito, que a Odebrecht não tem a ver com a Petrobras. Tem tudo a ver”, declarou Benjamin.

“A Petrobras se transformou em um veículo para a Odebrecht alcançar seus objetivos de natureza privada espúrios. Isso é dito claramente nos depoimentos. Mais até do que as outras empresas listadas na petição inicial, nenhuma parasitou mais essa grande empresa pública do que a Odebrecht”, emendou o relator.

O objetivo da defesa de Dilma Rousseff era extrair do processo as graves e contundentes declarações dos delatores da Lava-Jato, que ao TSE detalharam um esquema criminoso de financiamento de campanha sem precedentes na história política nacional.

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