Reino Unido: negociações sobre o Brexit começam na próxima segunda-feira

A União Europeia (UE) e o governo do Reino Unido confirmaram, na quinta-feira (15), em comunicado conjunto, que começarão a negociar a saída de Londres do bloco na próxima segunda-feira, como estava previsto antes das eleições britânicas.

“O negociador chefe da Comissão Europeia, Michel Barnier, e o secretário de Estado (britânico) para a Saída da União Europeia, David Davis, decidiram hoje iniciar as negociações do artigo 50 na segunda-feira, 19 de junho”, declararam.

O início das negociações formais para a saída do Reino Unido da União estava marcado para esse dia, mas o resultado das eleições britânicas de 8 de junho, nas quais o Partido Conservador perdeu a maioria absoluta na Câmara dos Comuns, tinha levantado dúvidas sobre se o calendário previsto seria mesmo respeitado.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, está negociando com os ultraconservadores do partido Unionistas Democráticos (DUP), da Irlanda do Norte, visando apoio para a formação de uma coalizão de governo. Um alto membro do partido de May afirmou nesta quinta-feira que as conversas estão “em um bom caminho”.


“Nós podemos abrir as negociações amanhã às 9h30. Esperamos uma visita de Londres, esperamos não experimentar atrasos adicionais na conclusão das negociações”, declarou no dia seguinte às eleições o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Em 29 de março, Theresa May acionou o artigo 50 do Tratado da UE, que prevê a saída de um Estado membro do bloco. A partir daquele momento, começou um prazo de dois anos para que o Reino Unido seja considerado um Estado terceiro (o que ocorreria no final de março de 2019), em que as duas partes tentarão negociar um acordo sobre como será a saída.

A situação da primeira-ministra, que corre contra o tempo para formar um governo de maioria exígua, é tão delicada em termos políticos, que muitos estão a chamá-la de Theresa “Maybe” (talvez, em inglês).

Essa fragilidade política, decorrente de uma eleição antecipada que transformou-se em doloroso tiro no pé, poderá criar uma frente de pressão sobre o governo para que desista do Brexit, já que o referendo sobre tema teve placar muito apertado. May vem negando a possibilidade de abandonar o Brexit.

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