Bruxelas: Theresa May promete permanência dos europeus no Reino Unido após Brexit

Durante uma reunião de líderes da União Europeia (UE), em Bruxelas, a primeira-ministra britânica, Theresa May, prometeu nesta quinta-feira (22) que cidadãos europeus que moram no Reino Unido poderão continuar no país depois do Brexit.

“A posição britânica representa uma oferta justa e séria e visa dar segurança aos cidadãos que se estabeleceram no Reino Unido, construindo carreiras e vidas e contribuindo tanto com nossa sociedade”, ressaltou May.

Estima-se que 3 milhões de europeus vivam no Reino Unido, cujos futuros foram colocados em jogo desde a aprovação no ano passado da saída britânica do bloco. Aos europeus que vivem na região há cinco anos, a partir de uma data que será ainda estipulada, será garantido o visto permanente e os mesmos direitos que os britânicos possuem. Aos que estiverem a menos tempo será permitido continuarem no Reino Unido até alcançarem os cinco anos para solicitar o visto permanente.

May pediu ainda que um acordo recíproco garanta os mesmos direitos aos cerca de 1,5 milhão de britânicos que moram em países da União Europeia. A situação dos direitos a cidadãos é uma das três prioridades nas negociações para o Brexit que começaram na segunda-feira.


“Bom começo”

Após a declaração de May, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, disse que a oferta é um bom começo, mas lembrou que há muitas outras questões sobre a saída britânica do bloco que precisam ser resolvidas, como as financeiras e a relação com a Irlanda.

“May deixou claro para nós que todos os cidadãos europeus que vivem no Reino Unido há cinco anos terão seus direitos completamente garantidos. Isso é um bom começo”, ressaltou Merkel, acrescentando que ainda há muito a fazer até a próxima cúpula da UE em outubro.

O prazo final para as negociações deste divórcio é março de 2019. Para manter o cronograma, os negociadores terão de chegar a um acordo bem antes desta data, uma vez que as nações europeias e o Parlamento Europeu terão de aprová-lo, o que poderá levar meses.

Diante disso, Bruxelas estabeleceu um prazo final mais realista para outubro – ou novembro, no mais tardar – de 2018. Caso isso não ocorra, os dois lados deverão criar um acordo de transição, o que deverá prolongar ainda mais o divórcio. (Com agências internacionais)

apoio_04