Deputado protocola primeiro pedido de impeachment contra o bufão Donald Trump

Um deputado democrata, eleito pelo estado da Califórnia, tornou-se o primeiro legislador norte-americano a apresentar pedido de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O democrata Brad Sherman, que integra a Câmara dos Representantes, acusou Trump de obstruir as investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, em parte por demitir o ex-diretor do FBI, James Comey.

O congressista apresentou na quarta-feira (12) uma resolução de quatro páginas com o objetivo de levar ao “impeachment de Donald John Trump, presidente dos EUA, por crimes graves e delitos menores”. “Divulgações recentes de Donald Trump Jr. [filho do presidente] indicam que a campanha de Trump estava ansiosa para receber assistência da Rússia”, disse Sherman.

“Agora parece provável que o presidente tinha algo a esconder quando tentou restringir as investigações do [ex-]assessor de segurança nacional Michael Flynn […]. Acredito que suas conversas com o diretor do FBI, James Comey, e sua subsequente demissão, constituem obstrução de Justiça.”

Sherman entregou o documento um dia depois de o filho do presidente ter admitido que se reuniu com uma advogada russa durante a campanha eleitoral do pai. A advogada prometeu informação do governo russo prejudicial para a então candidata presidencial democrata Hillary Clinton. Trump Jr. garantiu que não recebeu informação sobre Clinton durante a reunião.

O congressista californiano reconheceu que a sua iniciativa “é o primeiro passo em uma estrada muito comprida”. Mas, em comunicado, manifestou-se esperançoso de que, “se a incompetência impulsiva continuar, então, eventualmente, dentro de muitos, muitos meses, os republicanos vão se juntar ao esforço para a destituição”. No entanto, este esforço tem poucas possibilidades de êxito na Câmara dos Representantes, dominada pelo Partido Republicano.

Sherman nem sequer tem o apoio de muitos dos seus correligionários democratas. Os próprios líderes do Partido Democrata têm se distanciado dos esforços para destituir Trump, acreditando que apenas servem para estimular os apoiadores do presidente americano.


Trump: “Putin teria preferido Hillary”

Apesar de autoridades federais garantirem que têm provas irrefutáveis da interferência do Kremlin na eleição presidencial americana, Trump tem questionado os seus próprios serviços de informações e recusado a tese da interferência russa. O presidente inclusive afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria preferido uma vitória de Hillary Clinton no pleito de novembro.

“Se Hillary tivesse vencido, nossos militares estariam dizimados. A nossa energia seria muito mais cara. Isso é o do que Putin não gosta em mim. É por isso que digo, por que [Putin] ia me querer? Desde o primeiro dia eu quis um exército forte, ele não quer ver isso”, disse Trump.

Na entrevista à emissora cristã Christian Broadcasting Network, que será exibida nesta quinta-feira, mas da qual foram antecipados alguns trechos, Trump afirmou que Putin “provavelmente” não queria que ele se tornasse presidente, entre outros motivos pelo interesse do republicano em aumentar a produção de petróleo e gás nos EUA, o que poderia afetar as exportações de energia russa.

Trump rejeita a conclusão do setor de inteligência americano de que a Rússia influenciou as eleições de 2016 para ajudar a candidatura republicana. No entanto, as divulgações do filho do presidente aumentaram ainda mais as dúvidas sobre os possíveis vínculos entre a campanha do magnata e o Kremlin.

Putin e Trump se reuniram pela primeira vez na semana passada, numa conversa bilateral na cúpula do G20 realizada em Hamburgo. O encontro durou mais de duas horas e, segundo a Casa Branca, o presidente americano questionou o líder russo sobre as supostas ingerências eleitorais.

“Acredito que tivemos uma reunião excelente, uma coisa que fizemos foi que conseguimos um cessar-fogo na maior parte da Síria, onde houve tremendo caos e um tremendo massacre. Quatro dias não soam muito, mas nunca tivemos um cessar-fogo tão longo. Isso significa que muitas vidas já foram salvas em quatro dias. As coisas vão melhorar”, garantiu Trump. (Com agências internacionais)

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