Durante votação na Câmara, PT mostra que a letra dura da lei vale para Temer, não para Lula

Exigir coerência e bom senso da classe política é tarefa inglória, como sempre afirma o UCHO.INFO, mas a missão torna-se impossível quando o foco da investida é a esquerda brasileira, agora movida pelo revanchismo colérico e principalmente pelo desejo de vingar o impeachment de Dilma Rousseff e salvar Lula da prisão.

Nesta quarta-feira (2), durante a votação da denúncia contra o presidente da República, no plenário da Câmara dos Deputados, a esquerda abusou do devaneio ao disparar críticas contra Michel Temer (PMDB), como se o Partido dos Trabalhadores não fosse responsável pelo maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão.

Derrotados na votação que foi anunciada durante longas semanas como a estocada final contra o governo “golpista e ilegítimo” do PMDB, representantes da esquerda não cansaram de repetir, diante dos microfones do plenário da Câmara, que as denúncias contra Temer são gravíssimas e fartamente comprovadas.

Longe de defender o presidente Michel Temer, até porque não nos cabe tal papel e na política verde-loura não há bem intencionados, ressaltamos que quem conhece em doses rasas o Direito penal sabe que a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) é frágil em termos probatórios, principalmente porque a gravação feita por Joesley Batista, trunfo maior do procurador Rodrigo Janot, é inválida.

Ao longo de uma votação marcada por rapapés oposicionistas, cujo objetivo era adiar ao máximo a decisão final e desgastar o governo, a esquerda entoou repetidas vezes que “ninguém está acima da lei”, por isso defendeu o prosseguimento da investigação.


Reza a Constituição Federal, em seu artigo 5º, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, garantia constitucional que este portal defende de forma reiterada e incansável. Porém, toda denúncia deve respeitar o Estado de Direito e o que determina a legislação pertinente, sem privilégios a esse ou aquele político ou partiodo.

De tal modo, se na opinião dos petistas a lei deve ser aplicada com o máximo rigor no caso da denúncia contra Temer, o mesmo vale para Lula, o dramaturgo do Petrolão, que insiste na cantilena de que é vítima de perseguição política e alvo de caçada judicial. Discurso que serve apenas e tão somente para abrir caminho rumo ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

Sob a mesma ótica, se as provas contra Michel Temer são robustas, mesmo diante do escândalo que representa a premiadíssima delação da JBS, são igualmente válidas e incontestáveis as provas carreadas à ação penal que tem no cardápio o apartamento triplex no Guarujá e terminou com a condenação de Lula a nove anos e seis meses de prisão.

O bisonho acordo de colaboração premiada firmado pela PGR com os irmãos Joesley e Wesley Batista e executivos do Grupo J&F “centrou fogo” em Michel Temer, pois esse era o objetivo da operação, mas também revelou um polpudo caixa de propina no valor de US$ 150 milhões em favor do PT, dinheiro usado, segundo os delatores, por Lula e Dilma Rousseff.

Também na mesma linha de raciocínio explicitada acima, se as denúncias dos irmãos Batista são graves e contundentes a ponto de justificar a abertura de processo contra Temer, não se pode fechar os olhos para o caixa de propina utilizado por Lula e Dilma.

Não fosse um partido que abusa da fanfarronice quando está em dificuldade, o PT já teria indicado os membros da CPMI da JBS, criada para investigar os crimes cometidos por Joesley e Wesley, assim como os generosos financiamentos obtidos pelo grupo junto ao BNDES com a interferência mágica dos petistas. Só não o faz porque sabe que em algum momento as investigações chegarão à cúpula da legenda.

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