Governo do ditador Nicolás Maduro reprime levante militar na Venezuela

Um grupo de militares do Forte Paramacay, no estado de Carabobo, na Venezuela, promoveu no domingo (6) um levante contra o governo do presidente Nicolás Maduro, mas acabou rendido por outros membros das Forças Armadas, segundo o dirigente chavista Diosdado Cabello, uma das figuras mais nefastas e perigosas da ditadura bolivariana. Ao menos dois rebeldes morreram e ao menos oito pessoas foram detidas.

A base militar, que chegou a ser tomada pelos insurgentes, na cidade de Valência, a 160 quilômetros de Caracas, tem o principal conjunto de blindados do Exército venezuelano. Depois do levante, moradores fizeram uma manifestação em apoio aos rebeldes nas imediações do forte.

O chefe do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas, Remigio Ceballos, anunciou no Twitter a detenção de sete rebeldes, que chamou de terroristas. O comandante-geral do Exército, major-general Jesus Suárez Chourio, afirmou que ao menos um dos rebeldes morreu e outro ficou gravemente ferido. “Um ataque terrorista, paramilitar, mercenário, pago pela direita e os seus colaboradores, pago pelo império norte-americano, estão aí detidos e um deles ‘deu baixa’ e outro ficou gravemente ferido”, disse Chourio.

Mais tarde, Maduro afirmou que a ação deixou dois mortos, um ferido e sete detidos. No programa “Os domingos com Maduro”, o presidente e dublê de ditador afirmou que nove dos rebeldes são civis e apenas um é um “tenente desertor”. O chefe de Estado indicou que o tenente foi capturado e está colaborando “ativamente”, assim como sete civis.

Militares disseram à agência de notícias Efe que o grupo era formado por alguns militares rebeldes e também por civis vestidos de uniforme, que não pertenciam à base militar do corpo de blindados do Exército. Segundo essas mesmas fontes, apesar de a situação estar calma no forte, parte dos rebeldes conseguiu fugir com 93 fuzis AK-103 e quatro lança-granadas.


Militar da reserva

Em vídeo divulgado na internet, cerca de 20 homens armados e em uniformes militares acompanham um homem que se identifica como capitão Juan Caguaripano e comandante da “Operação David Carabobo”. O homem, um militar da reserva desde 2014, declara-se em rebeldia contra “a tirania assassina de Nicolás Maduro”.

Segundo ele, não se trata de um golpe de Estado, mas de uma ação cívica militar para restabelecer a ordem constitucional e “salvar o país da destruição total e deter os assassinatos de jovens”. “Como militares institucionais, reconhecemos e respeitamos a Assembleia Nacional (Parlamento do país, cuja maioria é opositora ao governo) e exigimos que ela reconheça e respeite a vontade de um povo de se livrar da tirania”, acrescentou o militar.

Ele também pediu à Assembleia Nacional para respeitar e honrar a memória de vários dos jovens que morreram nos recentes protestos contra o governo e “que, com escudos de papelão, mas com corações de aço, ofereceram as suas vidas para ensinar um povo a derrotar o medo”.

“Terroristas detidos”

Segundo Cabello, agora integrante da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), que foi promovida por Maduro para mudar a ordem constitucional, o levante logo foi controlado. “De madrugada, agressores terroristas entraram no Forte Paramacay, em Valência, atentando contra nossa FANB (Força Armada Nacional Bolivariana). Vários terroristas detidos”, escreveu Cabello em sua conta no Twitter.

Em outra mensagem, o político disse que, após o levante, foram ativados planos de defesa, com destacamento de tropas para garantir a segurança interna e que a FANB controlou a situação. “Absoluta normalidade no resto das unidades militares do país, quem sonha com o contrário baterá de frente com a moral da FANB!”, afirmou Cabello minutos depois.

O ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, reagiu ao ocorrido com uma mensagem no Twitter. “Não puderam com a FANB, com sua moral, nem com a sua consciência constitucional; agora pretendem agredi-la com ataques terroristas. Não poderão!”, escreveu. (Com agências internacionais)

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