Lava-Jato: homologada pelo STF, delação de Pedro Corrêa liga Lula ao esquema de corrupção na Petrobras

Condenado a vinte anos e sete meses de prisão no âmbito da Operação Lava-Jato, o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE), em delação premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), confirmou o que os leitores do UCHO.INFO sabem há mais de uma década: Lula sempre esteve ligado ao maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão.

Nos depoimentos de colaboração premiada, Corrêa confirmou que Lula acolheu um pedido seu e do falecido deputado José Janene (PP-PR), o mentor intelectual do Petrolão, indicando Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras. A partir desta indicação passou a funcionar o esquema de corrupção que substituiu o malfadado Mensalão do PT.

A relação de Lula com Paulo Roberto Costa tornou-se tão íntima, que o petista chamava o diretor da estatal de “Paulinho”, que despachava com frequência no Palácio do Planalto. Essa proximidade criminosa era de tão intensa, que Lula telefonou pelo menos duas vezes a Costa para saber se o pagamento das propinas ao Partido Progressista estava ocorrendo como combinado.


O depoimento de Pedro Corrêa desmonta afirmação feita por Lula, que ao juiz Sérgio Moro disse que não conhecia o ex-parlamentar pernambucano que também foi condenado à prisão na Ação Penal 470 (Mensalão do PT). No momento em que o presidente da República recebe em palácio duas figuras conhecidíssimas nos subterrâneos da política nacional e atende a um pedido de ambos, não há como negar que o teor da conversa fugiu à legalidade.

A delação de Pedro Corrêa, que não foi homologada pelo falecido ministro Teori Zavascki pela necessidade de algumas alterações, foi devolvida ao Ministério Público Federal e, feitos os devidos ajustes, acabou referendada pelo STF porque o pernambucano mencionou nomes de autoridades com foro privilegiado que receberam dinheiro do esquema criminoso conhecido como Petrolão.

Entre os citados por Corrêa estão Augusto Nardes, então deputado federal pelo PP e atualmente no cargo de ministro do TCU; Andrea Neves, irmã do senador mineiro Aécio Neves (PSDB); Marcos Valério Fernandes de Souza, caixa do Mensalão do PT; e o empresário Benedito Oliveira, o Bené, pivô do escândalo de corrupção envolvendo o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e investigado no escopo da Operação Acrônimo.

Por questões óbvias os acusados negam envolvimento no esquema, sendo que alguns alegam desconhecer Pedro Corrêa, mas é importante ressaltar que a delação só foi homologada porque o colaborador revelou fatos e forneceu documentos passiveis de comprovação.

apoio_04