Políticos ameaçam não aprovar alteração da meta fiscal, mas trabalham para criar fundo eleitoral

A economia brasileira ainda está cambaleante, mas deputados e senadores parecem não se importar com o futuro do País. Aliás, movidos apenas e tão somente pelo fisiologismo, os parlamentares retomam a criação de dificuldades como forma de mais adiante vender facilidades ao governo do presidente Michel Temer.

A Comissão Mista de Orçamento promete dificultar ao máximo a aprovação da mudança da meta fiscal do governo para 2017, que passou de déficit de 139 bilhões para 159 bilhões. Com queda na arrecadação, o que contrariou as expectativas palacianas, o governo foi obrigado a rever a meta após tentar buscar novas fontes de receita.

Entre as possibilidades de receita estava a criação de impostos, tese que não foi bem acolhida no Parlamento por causa das eleições do próximo ano, mas o discurso populista dos parlamentares tem prazo de validade curto e não convence quem conhece os meandros da política.


No momento em que o País precisa equilibrar as contas para, no âmbito de uma série de medidas, retomar o crescimento da economia, políticos estão empenhados na reforma política – na verdade é um arremedo eleitoral de última hora –, que pode culminar com a criação de um fundo de financiamento público de campanha no valor de R$ 3,6 bilhões. Ou seja, a alegação de que algumas medidas propostas pelo governo são impopulares não convence.

É importante salientar que a criação do tal fundo bilionário não depende da vontade do governo do presidente Michel Temer, pois a reforma política foi proposta como emenda constitucional, não dependendo assim de sanção presidencial.

Alguns setores da imprensa, que trabalham diuturnamente para apear Temer do poder, agem com leviandade quando afirmam que o governo está criando um fundo bilionário para atender o desejo dos políticos, enquanto simultaneamente propõe o aumento da meta fiscal. Esses veículos de comunicação deveriam assumir publicamente o papel de borduna de aluguel, em vez de enganar a opinião pública com um comportamento canhestro e covarde.

É fato que a economia começa a dar os primeiros sinais de sobrevida, mas a crise ainda está longe do fim, apesar do otimismo do governo e de alguns analistas do mercado financeiro. Os brasileiros precisam cobrar dos políticos a aprovação não apenas da alteração da meta fiscal, mas também e principalmente da reforma da Previdência, sem a qual as contas públicas continuarão no vermelho por longos anos.

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