Bush pai e filho condenam racismo, ódio e antissemitismo e colocam Trump no corner da política americana

Ex-presidentes dos Estados Unidos, os republicanos George H. W. Bush (pai) e George W. Bush (filho) repudiaram, na quarta-feira (16), o antissemitismo e o ódio após os violentos incidentes em Charlottesville, na Virgínia, aos quais o presidente Donald Trump reagiu de forma ambígua.

“Os Estados Unidos sempre devem rejeitar a intolerância racial, o antissemitismo e o ódio em todas as suas formas”, afirmaram os dois ex-presidentes, pai e filho, em comunicado conjunto.

A mensagem não faz qualquer referência explícita aos supremacistas brancos nem aos neonazistas, tampouco à polêmica reação inicial de Trump à violência em Charlottesville, que foi criticada por democratas e republicanos.

“Ao rezar por Charlottesville, lembremos as verdades fundamentais destacadas pelo cidadão mais proeminente dessa cidade [Thomas Jefferson] na Declaração de Independência: ‘Todos somos criados iguais e dotados pelo nosso criador de direitos inalienáveis’. Sabemos que essas verdades são eternas porque vimos a decência e grandeza do nosso país”, afirmaram os ex-presidentes.


A reação dos Bush, que não costumam se pronunciar sobre acontecimentos políticos do país, ocorreu quatro dias após o ex-presidente Barack Obama reagir aos incidentes em Charlottesville com uma frase de Nelson Mandela. “Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor da sua pele ou sua religião”, escreveu Obama. A mensagem é a que recebeu mais “curtidas” na história do Twitter.

O ex-presidente Bill Clinton também reagiu aos acontecimentos, ao escrever no Twitter que “mesmo quando se protege a liberdade de expressão e de reunião, há que se condenar o ódio, a violência e o ++supremacismo++ branco”.

Outro integrante de destaque da família Bush, o ex-governador da Florida e ex-pré-candidato presidencial republicano Jeb Bush, condenou explicitamente, no último sábado (12), os supremacistas brancos e na terça-feira (15) pediu a Trump que não “questione quem tem a culpa pelos fatos de Charlottesville”.

Na terça-feira, Trump comentou que a violência na cidade teve como culpados tanto os supremacistas brancos quanto os manifestantes que protestavam contra eles, o que provocou críticas de vários legisladores do Partido Republicano. (Com agências internacionais)

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