Temer envia ao Congresso proposta de revisão da meta fiscal, mas tragédia econômica é obra do PT

Ciente de que a oposição colérica e setores da chamada base aliada votarão contra a majoração das metas fiscais de 2017 e 2018, o presidente Michel Temer (PMDB) enviou ao Congresso nacional, nesta quinta-feira (17) a proposta que trata do rombo nas contas federais, que, segundo a equipe econômica, será de R$ 159 bilhões em cada ano.

Caberá inicialmente à Comissão Mista de Orçamento analisar os projetos que alteram as Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs) de 2017 e 2018 serão analisados, mas não há prazo para o plenário do Congresso votar a matéria. Contudo, o projeto referente à meta fiscal de 2017 precisa ser analisado até o final dos trabalhos legislativos deste ano.

Ao contrário do que ocorreu em anos anteriores, os ministros da área econômica, Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento), não participaram do ato de entrega dos projetos que estabelecem novas metas para o déficit fiscal do governo, possivelmente porque foi grande a discordância entre os que decidiram sobre o tema. Há quem garanta que alguns integrantes do governo entenderam a medida como um fracasso da equipe, o que teria ensejado um pedido ao presidente da República para adiar o anúncio da mudança na meta.

É importante lembrar que as contas federais só estão em tal situação porque os governos petistas (Lula e Dilma Rousseff) abusaram do populismo na condução da economia, fazendo com que o País gastasse muito mais do que arrecada durante anos seguidos. Ou seja, de nada adianta culpar Temer pelo cenário atual da economia, pois a responsabilidade é exclusiva de Lula e principalmente de Dilma, que na campanha de 2014 ousou afirmar, durante debate, que a inflação estava próxima de zero.

Em dezembro de 2008, quando Lula usou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros para que aumentassem o consumo, no rastro de medida que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em alguns setores da economia, o UCHO.INFO afirmou que tratava-se de decisão irresponsável, cuja conta acabaria no colo da população. Isso porque não é assim que se estimula e economia diante de uma grave crise internacional.


Na ocasião, Lula abusou da bazófia ao dizer que a crise global (2008-2009) era uma reles marolinha, ao passo que o editor deste portal não demorou a afirmar que a brincadeira do PT custaria muito caro aos cidadãos, que em algum momento sentiriam no bolso a irresponsabilidade de um governo corrupto e dedicado ao banditismo político.

Nas últimas semanas, com o anúncio da necessidade de revisão da meta fiscal, muito se falou sobre a má vontade do governo no âmbito do corte de gastos, mas é preciso compreender o funcionamento da máquina pública para discorrer sobre o assunto. Quase 90% do orçamento federal é engessado e mudanças, como corte de gastos, depende de mudanças estruturais, algo que não se faz da noite para o dia ou por vontade própria. É preciso planejamento e precisão cirúrgica nessa empreitada, alo que exige tempo.

Uma das medidas para equilibrar as contas do governo é a reforma da Previdência, sem a qual o esforço para manter o equilíbrio fiscal será nulo. Se por um lado à oposição interessa o “quanto pior, melhor”, tese que os agora oposicionistas condenavam quando estavam no governo, por outro o fisiologismo que movimenta a situação faz com que a base aliada crie dificuldade para vender facilidade.

Se reorganizar as finanças pessoais não é tarefa tão simples quanto parece, recuperar a economia de um país com a dimensão, os problemas e dificuldades do Brasil é missão hercúlea. Não se trata de defender o governo e Michel Temer, que errou ao não expor à opinião pública a herança deixada pelo PT, mas de exigir dos parlamentares responsabilidade no trato da coisa pública. Ou aprova-se a revisão da meta fiscal e as reformas da Previdência e tributária, ou é melhor aceitar a ideia de que o Brasil foi pelos ares por obra e graça do populismo bandoleiro do PT.

Petistas têm abusado dos discursos para creditar ao governo atual a responsabilidade pela débâcle da economia nacional, mas não se pode fechar os olhos para a verdade e acreditar no que dizem os culpados pela tragédia que se abate sobre o País, situação que exige de cada cidadão esforço para reverter o caos.

apoio_04