EUA reforçam medidas de controle de passageiros que voam para o país

Voos com destino aos Estados Unidos estarão sujeitos a novos procedimentos de segurança antes da decolagem a partir desta quinta-feira (26), incluindo interrogatórios por parte dos funcionários das empresas aéreas. A medida afeta passageiros que viajam ao país em cerca de 2,1 mil voos diários, partindo de diversos locais do planeta.

“Os procedimentos de segurança afetam todos os indivíduos, sejam passageiros internacionais ou cidadãos americanos, que viajam para os EUA de pontos de partida de localização internacional”, afirmou uma porta-voz da Administração de Segurança de Transportes do país.

As novas regras entram em vigor logo após o fim da proibição aos passageiros de algumas empresas aéreas do Oriente Médio de transportarem laptops nas aeronaves rumo aos EUA.

A nova regulamentação, porém, inclui uma “fiscalização reforçada em aparelhos elétricos pessoais” em procedimentos de segurança mais rígidos nos aeroportos. Empresas aéreas como a Lufthansa, Emirates, Air France, Cathay Pacific e outras confirmaram a adoção dos novos procedimentos durante o embarque de voos diretos para os EUA.

A Lufthansa informou que “além dos controles de equipamentos eletrônicos já introduzidos, os viajantes devem agora passar por entrevistas curtas durante o check-in, a apresentação de documentos ou no portão de embarque”.

A Emirates informou que os passageiros estarão sujeitos a “entrevistas de controle nos balcões de check-in”, enquanto a Air France anunciou “entrevistas de segurança” adicionais.

A empresa aérea americana Delta Airlines afirmou que instruirá seus passageiros a chegarem ao aeroporto com ao menos três horas de antecedência, além de conceder tempo extra para o embarque em razão dos procedimentos de segurança.


Os procedimentos são os mais recentes de uma série de medidas adotadas governo do presidente Donald Trump para reforçar a segurança e o controle dos passageiros rumo aos EUA, como se o risco maior em termos de segurança não estivesse dentro do próprio território americano. Aliás, o massacre de Las Vegas é o melhor exemplo disso.

Na última terça-feira (24), o presidente assinou ordem executiva encerrando a proibição da chegada de refugiados ao país, ao mesmo tempo em que dificultou a autorização de requerimentos de asilo de cidadãos de onze países. O governo tenta impor uma proibição da concessão de vistos de entrada nos EUA para alguns países, medida que é alvo de ações na Justiça americana.

Medidas unilaterais

A Casa Branca afirma que os novos controles têm como objetivo reforçar a segurança contra o terrorismo. Os críticos dessas medidas argumentam que o governo visa atingir os países de maioria muçulmana.

Alexandre de Juniac, presidente da Associação Internacional de Transportes Aéreos, disse que o setor compreende as ameaças de segurança às empresas aéreas, mas observou que o governo americano não especificou nenhum perigo real antes de estabelecer as novas regras. “Medidas unilaterais adotadas sem consulta prévia é algo que preocupa bastante”, afirmou.

A Associação de Empresas Aéreas da Ásia e do Pacífico (AAPA) afirma que as medidas de segurança devem ser adotadas com base nos riscos e de forma proporcional às ameaças.

“Ações unilaterais tomadas isoladamente por governos em reação ao surgimento de ameaças poderão resultar numa interferência desnecessária ou levar a consequências de segurança involuntárias”, alertou a AAPA, acrescentando que outros países poderão passar a fazer exigências semelhantes.

A tese da reciprocidade deveria ser adotada por outros países, em especial pelos que se sentirem prejudicados com a nova medida do tresloucado Trump, pois só assim os americanos entenderão o que significa intolerância e discriminação. (Com agências internacionais)

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