Gleisi, a “Amante” das empreiteiras, e a cúpula do PT sentem-se traídos pelo agitador Guilherme Boulos

Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a senadora paranaense aparece nas planilhas de propina das empreiteiras do Petrolão sob o sugestivo codinome “Amante”, detalhe que pode ter lhe rendido constrangimentos familiares. Apesar da alcunha que sugere traição, Gleisi vem sentindo-se traída politicamente nos últimos tempos.

A senadora e seus “companheiros” tentam administrar, segundo informa a coluna Radar (revista Veja), situação incômoda que mescla ira e dor de cotovelo, surgida na esteira da informação de que o agitador esquerdista Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), negocia com o PSOL para disputar a Presidência da República.

Os correligionários do petista-mor Lula souberam do flerte político-partidário pelos jornais, mas a essa altura dos acontecimentos tal detalhe é o que menos importa. Que Boulos não qualquer chance de decolar como presidenciável todos sabem, mas sua eventual candidatura ao Palácio do Planalto servirá como tonificante para o esganiçado discurso da esquerda radical, que sonha em transformar o Brasil em versão agigantada da bolivariana Venezuela.

A possível filiação de Boulos ao PSOL representaria ao PT a perda de uma de suas principais apostas para dar volume à bancada petista na Câmara dos Deputados a partir de 2019, já que o sonho de Lula era ver o agitador profissional na Casa legislativa.


Além disso, Boulos responde por uma militância de trabalhadores que, quando convocada, costuma comparecer em peso aos atos em favor do ex-presidente da República e alarife do Petrolão. E esse comparecimento, no melhor estilo massa de manobra, vem ocorrendo em várias partes do território nacional.

Apavorados com a ameaça de migração de Guilherme Boulos, os petistas acusam o líder do MTST de deslealdade, sob o argumento de que ele participou de diversas reuniões estratégicas do comando do PT.

Porém, essa salivação colérica da “companheirada” é mera figura de retórica, pois muitos caciques petistas tentam convencer Boulos a mandar o PSOL pelos ares. Se isso acontecer, a esquerda nacional poderá viver acirrada queda de braços, especialmente porque essa corrente ideológica caiu em desgraça junto à maioria do eleitorado.

Considerando que cabe a Gleisi Helena coordenar esse movimento de aproximação e convencimento, não se deve descartar um racha entre Boulos e a cúpula petista. Lembrando que no governo Dilma Rousseff o agitador conseguiu recursos de sobra para o movimento que diz ser de trabalhadores.

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