Ministro do STJ mantém prisão dos irmãos Joesley e Wesley Batista, acusados de “insider trading”

(Divulgação)

O ministro Rogério Schietti Cruz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou nesta terça-feira (31) o pedido de liberdade feito pela defesa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F. Ambos estão presos preventivamente por decisão da Justiça Federal em São Paulo.

No processo, os irmãos Batista respondem pelo crime de “insider trading” (informação privilegiada), sob a suspeita de usarem informações obtidas por meio de seus acordos de delação premiada para venderem e comprarem ações da JBS no mercado financeiro e moedas estrangeiras.

Na decisão, o ministro do STJ entendeu que a prisão preventiva dos acusados é necessária para assegurar o prosseguimento das investigações. Segundo Schietti, mesmo assinando acordo de delação premiada, Joesley e Wesley continuaram a praticas atividades ilícitas.


Além do processo sobre a venda das ações da JBS, Joesley Batista é alvo de outro mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em setembro, a prisão por tempo indeterminado foi requerida pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após anulação da imunidade penal concedida ao empresário. Janot concluiu que Joesley Batista omitiu informações da Procuradoria-Geral da República (PGR) durante o processo de assinatura do acordo de delação premiada.

Joesley e Wesley Batista serão convocados para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, em tramitação no Congresso Nacional. Assim como ocorreu com Ricardo Saud, executivo do grupo, os irmãos Batista poderão ficar em silêncio na CPMI. Contudo, caso decidam soltar o verbo, a República corre o risco de ir pelos ares.

Muito além do que já revelaram às autoridades que participam da Operação Lava-Jato e seus desdobramentos, Joesley e Wesley têm muito a contar sobre o esquema de corrupção que levou o grupo empresarial a financiar (sic) centenas de parlamentares ao longo dos últimos anos. Sem contar a propina paga ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), no valor de R$ 2 milhões, que de forma célere foi transformada em empréstimo pessoal. Isso pode incendiar o Senado Federal, onde é alta a temperatura produzida pela animosidade política.

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