Cúpula petista reage com indignação à pré-candidatura de Manuela D’Ávila ao Palácio do Planalto

Por mais que os petistas insistam na participação do alarife Lula na corrida ao Palácio do Planalto em 2018, a situação do ex-metalúrgico piora com o passar do tempo. A indefinição que ronda sua pretensa candidatura está fazendo com que partidos de esquerda se antecipem e lancem pré-candidatos antes da hora. O que mostra que a candidatura de Lula está em processo de desidratação.

Prova desse cenário é a decisão do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) de lançar a pré-candidatura da deputada estadual gaucha Manuela D’Ávila à Presidência da República. É a primeira vez desde a redemocratização do País, em 1985, que o partido lança um nome na disputa pelo Palácio do Planalto.

Oficialmente a cúpula do PT não demonstra preocupação com a pré-candidatura de Manuela D’Ávila, mas nos bastidores a reação foi outra. Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a senadora Gleisi Helena Hoffmann comemorou a decisão do PCdoB. “Grande quadro político, grande mulher! Ali na frente nos encontraremos, Manu!”, escreveu a petista em sua conta no Twitter.


Por outro lado, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) lamentou o anúncio da candidatura de Manuela D’Ávila. “Respeito o PCdoB, respeito a Manuela, acho que ela é um dos melhores quadros da nova geração. Mas considero a decisão um erro histórico”, afirmou o petista.

Lindbergh comparou a decisão do PCdoB à posição dos comunistas em 1954, por ocasião da grave crise política que levou ao suicídio de Getúlio Vargas. À época, o partido pressionou pela renúncia de Vargas.

Na opinião do senador fluminense, os comunistas deveriam estar com o PT desde agora. “Acho um equívoco em um momento como este, em que querem impedir a candidatura de Lula.”

Esse movimento dos partidos de esquerda na direção contrária à do PT mostra que Lula, contrariando as recentes pesquisas de opinião, está mais próximo da condenação em segunda instância do que da sonhada reeleição. Isso significa que o fracasso petista nas urnas do próximo ano poderá ser maior do que o previsto.

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