Ré por corrupção, a petista Gleisi Hoffmann posa de moralista e propõe reduzir salários dos políticos

Definitivamente não há limites para a desfaçatez da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann. Nesse espetáculo marcado pelo “non sense”, a parlamentar ousa dar lições de moral, como se a Justiça não estivesse no seu encalço.

Ré por corrupção em ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), denunciada por sete delatores do Petrolão por recebimento de dinheiro sujo e apontada como beneficiária de esquema que subtraiu mais R$ 100 milhões de servidores federais e aposentados, Gleisi insiste em destilar pílulas de moralismo. A petista está a sugerir que os “sacrifícios propostos pelas medidas econômicas de austeridade sejam divididos pelo alto escalão dos três Poderes”.

“Se o sacrifício vale para uns, tem de valer para todos”. Com essa justificativa emoldurada pelo cinismo, a senadora Gleisi Helena protocolou nesta semana, no Senado Federal, proposta de emenda à Medida Provisória nº 805/2017, que posterga ou cancela reajustes salariais dos servidores públicos da União.

“Se a justificativa de tal medida é a crise, ela não é seletiva e atinge a todos. O alto escalão dos três poderes precisa dar o exemplo”, disse Gleisi em linha de argumentação que seria muito mais crível se ela própria não estivesse sendo investigada por receber muitos milhões de reais em esquemas de corrupção.

De acordo com a emenda da senadora, que recebeu o nº 107, essa medida deve ser temporária e atingir, pelo tempo que for necessário, também deputados, senadores, o próprio Presidente da República, ministros de Estado, a Procuradora-Geral da República e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).


“Já é injusto sacrificar os servidores públicos. É ainda mais injusto isentar desse sacrifício os detentores dos mais altos cargos da República”, completou. Aparentemente esquecida das denúncias que a tornaram ré por corrupção no STF.

Esse palavrório oportunista de Gleisi encontra explicação na necessidade da própria senadora de garantir votos na eleição de 2018, quando o PT deverá sofrer mais uma acachapante derrota nas urnas.

A situação do partido é tão grave, que Lula tenta convencer a presidente dos petistas a concorrer à reeleição, como forma de não passar a mensagem de derrota. Após cair em desgraça junto ao eleitorado paranaense, Gleisi Hoffmann vem flertando com a possibilidade de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, o que exige menor quantidade de votos e garante foro privilegiado.

Acelerando o passo

Procuradora-geral da República, Raquel Dodge tem priorizado as ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato, em especial a que tem na proa a senadora Gleisi Hoffmann, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações) e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues. O trio é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Para Dodge, a investigação está à beira da conclusão.

Tanto é assim, que a equipe da procuradora-geral solicitou ao ministro Luiz Edson Fachin (STF), relator da Lava-Jato, que não sejam realizadas novas diligências na ação que apura se a senadora de fato recebeu, por meio de caixa 2, R$ 1 milhão do esquema criminoso que durante ma década funcionou de forma deliberada na Petrobras. O dinheiro, segundo os investigadores, foi usado pela petista em sua campanha ao Senado em 2010.

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