Aécio incendeia o PSDB ao ejetar Jereissati do comando do partido, prestes a ser despejado do governo

(Divulgação)

Os tucanos continuam apostando nas eleições de 2018, mas a fissura interna do PSDB cresce com o passar dos dias e coloca a legenda à beira do precipício do descrédito. Presidente licenciado da sigla, mas ainda dono da caneta tucana, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) luta para manter o pouco que lhe resta de poder em termos partidários.

Em decisão inesperada e que deve produzir mais confusões nos próximos dias, Aécio decidiu, nesta quinta-feira (9), destituir o também senador Tasso Jereissati da presidência interina do PSDB. O parlamentar mineiro justificou sua decisão com a necessidade de manter a “desejável isonomia” entre os candidatos ao comando da legenda.

Faltando exatos trinta dias para a convença nacional do partido, que acontecerá em 9 de dezembro próximo, Aécio Neves decidiu atear fogo no rastilho de pólvora em que se transformou o PSDB. De uma só vez, o presidente afastado defenestrou Tasso e indicou para o posto Alberto Goldman, o mais velo dos vice-presidentes do partido.

Com essa manobra, Aécio abre caminho para Marconi Perillo, governador de Goiás, que tem à mira a presidência do PSDB, ao mesmo tempo em que dificulta os planos de Tasso Jereissati, cuja candidatura foi oficializada na quarta-feira (8).


Quem conhece minimamente a política nacional e os subterrâneos do PSDB sabe que essa queda de braços que toma conta da cúpula tucana tem todos os ingredientes para acabar mal. Isso porque Aécio Neves, alvo de investigações por corrupção, tem sido bombardeado por diversos integrantes do PSDB que exigem a sua imediata saída da presidência da legenda.

Como brinde, Aécio, o ao indicar Goldman para o posto, colocou uma pedra no caminho de João Doria, prefeito de São Paulo, que ainda não desistiu do seu projeto de ser o candidato do PSDB ma corrida presidencial do próximo ano. Recentemente, Goldman e Doria entraram em rota de colisão, entrevero que ficou marcado pela deselegância do prefeito paulistano com o correligionário, que, por meias palavras, foi chamado de “velho”.

Esse complexo enxadrismo político-partidário é altamente nocivo ao PSDB, que corre o risco de ser despejado do governo de Michel Temer e acabar isolado no Congresso Nacional. Isso porque de um lado está a esquerda raivosa e revanchista que faz oposição a Temer, enquanto de outro está a base aliada que está a cobiçar os quatro ministérios ocupados pelo tucanato (Secretaria de Governo, Relações Exteriores, Cidades e Direitos Humanos).

Enfrentando enormes dificuldades para fazer avançar o projeto de reforma da Previdência, o presidente da República não terá outra saída, que não a realização de uma reforma ministerial antecipada. Isso significa que o PSDB será ejetado do governo a qualquer momento.

O que pode parecer teoria da conspiração, na verdade é a mais fiel tradução da realidade. Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou nesta quinta-feira que somente uma reforma ministerial será capaz de viabilizar a votação de um desidratado projeto de reforma da Previdência.

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