Xi Jinping ignora o “America First” e diante de Trump diz que globalização é “tendência irreversível”

Donald Trump venceu a corrida à Casa Branca, em novembro de 2016, a reboque do slogan “America First” (“Estado Unidos em primeiro lugar”), como se romper ar parcerias comerciais fosse algo simples e corriqueiro. Fora isso, Trump, que insiste em jogar para o eleitorado, afirmou que a China era o maior inimigo dos Estados Unidos por causa da sua política comercial.

Na viagem à Ásia, Donald Trump tinha como ponto alto a visita à China, onde, apesar de seu palavrório insano, foi recebido com todas as honras pelo colega Xi Jinping, que, cada vez mais forte no poder, elegantemente fustigou o homólogo americano.

Nesta sexta-feira (10), com o giro asiático de Trump chegando ao fim, Xi Junping não perdeu a oportunidade e afirmou que a globalização é uma “tendência histórica irreversível”. Ou seja, o mandatário chinês simplesmente ignorou o discurso desconexo que o presidente dos EUA Trump adotou na campanha eleitoral, em 2016.

Em encontro da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), Xi ressaltou que a filosofia por trás do livre comércio internacional deve ser repensada, de modo a se tornar “mais aberta, equilibrada, equitativa e benéfica para todos”. Ele defendeu acordos multilaterais, que, segundo afirmou, ajudam as nações mais pobres a se beneficiarem do comércio global.

“Devemos apoiar o regime de comércio multilateral e praticar um regionalismo aberto, de modo a permitir que os países em desenvolvimento se beneficiem mais do comércio e dos investimentos internacionais”, defendeu.


As declarações do líder chinês demonstraram amplo contraste em relação às de Trump, que saiu em defesa de sua política de “America First”, afirmado que Washington não tolerará práticas de comércio injustas ou fechamento de mercados e roubos de propriedade intelectual, em aparente tentativa de reeditar as regras do comércio internacional.

O bilionário republicano disse que os EUA estão prontos para fazer acordos com qualquer país da região do Indo-Pacífico, mas apenas se baseados no “respeito e benefícios mútuos”. Ao que se sabe, as comerciais dos EUA com outros países não tem desrespeito, pelo contrário.

“Quando os EUA iniciarem relacionamentos comerciais com outros países ou povos, iremos, a partir de agora, esperar que nossos parceiros sigam fielmente as regras”, disse Trump no encontro na cidade vietnamita de Danang.

“Esperamos que os mercados sejam abertos em nível de igualdade em ambos os lados e que investimentos privados, não os estrategistas dos governos, dirijam esses investimentos”, emendou o americano.

Ele também criticou os tratados de livre comércio que abrangem diversos países, afirmando que seu governo dará preferência aos acordos bilaterais. Uma de suas primeiras ordens executivas após assumir a presidência dos EUA foi a de retirar os EUA da Parceria Transpacífico (TPP), que envolve doze países. A decisão acabou sendo benéfica para Pequim. Em suma, Trump é um estreante em relações comerciais internacionais, se é que sabe algo sobre o tema.

A China se apressou em ocupar o vácuo deixado pela saída dos EUA da TTP elaborando sua própria versão do acordo, enquanto Xi Jinping busca se afirmar como o líder do livre comércio global. (Com agências internacionais)

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