Gleisi tenta esconder o desastre da era Dilma atrás das supostas sucessos conquistas dos governos Lula

Para alguém que se elegeu prometendo levar ética à política – José Dirceu fez o mesmo em 2002 –, mas que ainda não está atrás das grades devido ao absurdo foro privilegiado, o discurso bandoleiro de Gleisi Helena Hoffmann, mesmo que dicotômico, não chega a surpreender. Senadora pelo Paraná e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi está a pregar que a posição de Lula nas pesquisas deriva dos “resultados dos governos do PT”.

“As pessoas tinham renda e emprego. Hoje, voltou a pobreza e a miséria”, diz a senadora paranaense, ignorando o fato de que a recessão, o desemprego e a inflação produzidos no catastrófico governo Dilma são frutos diretos das insânias do PT no poder.

Não é possível retirar Dilma do escore de “realizações” petistas como quer a delirante Gleisi Helena. A ex-presidente da República, que foi apeada do cargo e agora circula pela Europa a dar lições de moralidade política, foi uma desastrada invenção de Lula, que bancou sua candidatura, lançou o mito da “gerentona” e grande responsável pela catástrofe econômica que varreu o Brasil.

O delírio da presidente do PT resulta da mais recente pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial de 2018, em que o alarife Lula e o falso democrata Jair Bolsonaro aparecem na dianteira das opiniões do eleitorado. Prematura e servindo a interesses escusos, a tal pesquisa funciona apenas como muleta do plano petista de evitar que Lula torne-se inelegível e, ato contínuo, acabe na cadeia por seu envolvimento em escândalos de corrupção no escopo do Petrolão. Uma espécie de pressão enviesada sobre a Justiça.


“É importante deixar claro que Lula não tem unanimidade. Os contrários ao Lula migram para Bolsonaro porque veem que ele é o candidato que combate Lula que hoje tem mais condições de ganhar. Querem ser um eleitor útil”, argumenta a senadora do Paraná.

O desespero na seara petista é tamanho, que Gleisi Helena tenta explicar o que não requer explicação. A presidente discorda da possibilidade de surgir um nome de centro para disputar a Presidência, na esteira da polarização entre Lula e Bolsonaro, que representam a radicalização política em seus extremos. “Lula não é um extremista, ela já governou esse país. Me diga que ato extremo ele já fez”, afirma a petista.

Apesar de ter direito à livre manifestação do pensamento, Gleisi seria reprovada em qualquer teste de análise política. No momento em que o País necessita de tranquilidade para recolocar a economia nos trilhos e retomar o crescimento, apostar no radicalismo é um ato deliberado de irresponsabilidade política.

Não obstante, afirmar que Lula não é radical é querer camuflar a verdade. O radicalismo do ex-metalúrgico não brota da ideologia esquerdista delinquente que vem destruindo a América Latina, mas do apetite pela roubalheira sistêmica, como já comprovou em diversas ocasiões a Operação Lava-Jato.

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