Gleisi diz que o PT é o partido que mais combateu a corrupção e denuncia perseguição à legenda

Ignorando propositalmente o fato de que o Partido dos Trabalhadores, comparado a uma organização criminosa, montou na estrutura governamental brasileira o maior esquema de corrupção de todos os tempos, a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), do alto de sua anorexia intelectual, decidiu reescrever a história. Garante a parlamentar paranaense que o partido é “vítima de perseguição das autoridades policiais e judiciárias”.

Petulante e dissimulada, até porque para empreitada tão desafiadora é impossível ser diferente, Gleisi Helena afirmou que o PT e seus integrantes têm sido acusados injustamente. Para a senadora, seu partido foi o que mais contribuiu para o combate à corrupção.

Sofrendo de amnésia de conveniência, a presidente nacional do PT talvez não se recorde do episódio que culminou com a morte do “companheiro” Celso Daniel, então prefeito de Santo André (ABC paulista), assassinado com requintes medievais de crueldade apenas porque discordou do destino dado ao dinheiro da propina arrecadada junto a empresários da cidade.

Extirpando da própria narrativa os escândalos de corrupção do PT, em alguns dos quais ela própria é acusada de participação, Gleisi assegura que o PT levou o combate à corrupção, quando na verdade guindou a roubalheira sistêmica a novo e impressionante patamar. Tanto é assim, que a senadora consta das planilhas de propina da Odebrecht debaixo do sugestivo codinome “Amante”, algo que pode ter lhe rendido constrangimentos familiares.


Em novo surto de cinismo explícito, a senadora alega que a Polícia Federal, sob o argumento de combate à corrupção, busca na verdade os holofotes da televisão ao expor de forma inadequada aqueles que investiga.

Gleisi Hoffmann criticou a ação da PF na manhã desta quinta-feira (7), na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em que policiais conduziram coercitivamente o reitor e outros dirigentes da instituição.

A presidente do PT não tem cabedal para esses arroubos moralistas, pois seu partido é velho frequentador dos subterrâneos da política, onde o “vale tudo” corre solto e bem longe dessa ou daquela ideologia.

Em 2004, por ocasião da disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo, o PT tentou encomendar um dossiê contra o então candidato a vice Gilberto Kassab. Na sequência, já no segundo turno do certame eleitoral paulistano, a investida foi para conseguir um dossiê contra o tucano José Serra, que derrotou a outrora petista Marta Suplicy.

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