Quebra dos sigilos fiscal e bancário do dissimulado Aécio Neves pode confirmar o que todos já sabem

(Divulgação)

Atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do senador Aécio Neves (PSDB-MG), entre 2014, ano da mais recente eleição presidencial, e 18 de maio de 2017.

A quebra dos sigilos alcança outros investigados na Operação Patmos, como Andréa Neves, irmã do tucano; Frederico Pacheco, primo de Aécio; e Mendherson Souza, ex-assessor do senador mineiro Zezé Perrella (PMDB), além das empresas Tapera e ENM Auditoria e Consultoria.

A Operação Patmos tem na mira a propina no valor de R$ 2 milhões paga a Aécio Neves pela JBS, em dinheiro vivo, mas o senador tucano, abusando da desfaçatez que lhe é peculiar, alega que o montante era fruto de um pedido de empréstimo feito ao empresário Joesley Batista.

Por outro lado, as autoridades que investigam o caso afirmam, à sombra do preciosismo jurídico, que trata-se de uma suposta propina. Ora, o dinheiro foi entregue em espécie e acondicionado em malas ao primo de Aécio Neves, que por sua vez entregou ao ex-assessor do senador Perrella, sendo que a operação foi monitorada e registrada em vídeo por policiais, mas alguém ousa falar em suposta propina.


É fato que não se pode condenar um cidadão sem a devida apresentação de provas, mas não é preciso dose adicional de massa cinzenta para saber que os R$ 2 milhões são propina. Aécio disse que pediu o empréstimo para quitar os honorários do advogado que o defende no âmbito da Operação Lava-Jato, mas é preciso ressaltar que o defensor em questão não cobra tão pouco quanto sugere o senador tucano.

O espectro da quebra de sigilos pode confirmar depoimento de Joesley Batista e do executivo Ricardo Saud, diretor de relações Institucionais da J&F Investimentos, que, segundo a procuradora-geral da República, “descreveram relação espúria entre o grupo empresarial e o senador da República Aécio Neves da Cunha, reportando-se ao pagamento de propina, no valor de R$ 60 milhões, em 2014, realizada por meio da apresentação de notas fiscais frias a diversas empresas indicadas pelo parlamentar”.

No momento em que Jesley e Saud afirmaram que os R$ 60 milhões serviram para Aécio comprar partidos que apoiaram sua candidatura, ficou claro que o brasileiro precisa se interessar mais por política e aprender a votar. Alguém pode questionar as declarações dos executivos do J&F, mas basta conferir o valor da campanha do senador tucano declarado à Justiça Eleitoral. No contraponto, solicita-se ao marqueteiro da esquina mais próxima um orçamento para campanha presidencial.

Que a política brasileira é dependente do caixa 2 e do dinheiro sujo da corrupção todos sabem, mas a decisão do ministro Marco Aurélio mostrará aos brasileiros de bem, em breve, que no tabuleiro do poder poucos se salvam, se é que isso é possível.

Aécio Neves é um embusteiro que só despertou para os holofotes da política porque andava agarrado à bainha da calça do avô, Tancredo Neves. Fosse por conta própria e a reboque da sua aludida competência política, Aécio não teria chegado ao posto de vereador da menor cidade do belo e mágico estado de Minas Gerais. Aguardemos as provas!

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