Emmanuel Macron faz sua própria cúpula do clima

Mais de cinquenta chefes de Estado e de governo participaram, na terça-feira (12), de uma cúpula sobre o clima na França. O encontro, promovido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, reuniu líderes mundiais para discutir o financiamento climático para impulsionar o Acordo de Paris – assinado por 195 países há exatos dois anos.

No encontro estão presentes mais de duas mil personalidades, do setor público e privado. Entre eles, os chefes de governo de Espanha, México e Reino Unido, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o ator Leonardo DiCaprio e o bilionário Bill Gates.

“Esperamos que essa conferência seja uma ação inédita, particularmente no fornecimento de apoio financeiro aos países em desenvolvimento e aos pequenos países insulares e países vulneráveis”, disse Ban Ki-moon, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Observadores e participantes advertiram que sem um investimento na casa dos trilhões de dólares em energia limpa, o objetivo do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius em níveis pré-industriais continuará sendo apenas um sonho.

“[A ação política] não será suficiente se não atualizarmos e redefinirmos a arquitetura financeira global e tornar todo desenvolvimento resiliente, sustentável e de baixa emissão”, disse Patricia Espinosa, chefe da agência da ONU para proteção do clima.

A cúpula foi anunciada em julho pelo presidente francês como uma forma de retomar a questão da luta contra as alterações climáticas e a redução da emissão dos gases com efeito de estufa, após a decisão – em junho – dos Estados Unidos de saírem do Acordo de Paris.


Os EUA foram representados pelo encarregado de negócios da embaixada em Paris, por decisão da Casa Branca. Depois que o Acordo de Paris foi adotado, em 2015, com fortes incentivos do então presidente Barack Obama, seu sucessor Donald Trump retirou o apoio político e financeiro dos EUA. O Acordo de Paris levou mais de duas décadas de negociações entre quase 200 países para ser assinado.

O financiamento tem sido há muito tempo um ponto de discórdia no processo climático das Nações Unidas – países em desenvolvimento insistem na assistência financeira para executar as mudanças dispendiosas para fontes de energia menos poluidoras e para reforçar a defesa contra tempestades tropicais, aumento do nível do mar e secas resultantes das mudanças climáticas.

Trump, que tem dito que a mudança climática não passa de uma farsa, pediu ao Congresso americano que reduzisse os orçamentos de pesquisa climática das agências federais – o que ameaçaria a perda de bilhões em investimentos e milhares de empregos. O governo Trump também não cumpriu com compromissos de financiamento climático dos EUA, incluindo 70% dos US$ 3 bilhões prometidos ao Green Climate Fund.

Na segunda-feira, Macron afirmou esperar que Trump “mude de ideia”. O presidente francês concedeu bolsas de pesquisa a 18 pesquisadores do clima – 13 de universidades americanas – para prosseguirem com seus estudos na França.

Concluído em 12 de dezembro de 2015 durante a conferência da Organização das Nações Unidas sobre o clima (COP21) em Paris, assinado por quase todos os países do planeta, o Acordo de Paris entrou em vigor em 4 de novembro de 2016. Ele visa limitar o aumento da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa. (Com agências internacionais)

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