Previdência: precipitação de Jucá sobre data de votação provoca polêmica e obriga o governo recuar

A necessária reforma da Previdência continua provocando cálculos equivocados acerca dos votos já conquistados pelo governo e a data de votação da matéria. No vácuo de um efeito bumerangue, cujo vai e vem é substituído por declarações contraditórias, a reforma ainda não é consenso entre os políticos da chamada base aliada.

Líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá (PMDB-RR) disse na tarde desta quarta-feira (13) que a votação da reforma da Previdência ficará para fevereiro do próximo ano. A declaração de Jucá decorreu de acordo entre os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), respectivamente.

É impossível não reconhecer a dificuldade que recobre a tentativa de votar na próxima semana, dias antes do início do recesso parlamentar, mas deixar a votação para o próximo ano é um risco enorme para o governo, que terá de gastar mais para conseguir aprovar a proposta.

Diante da declaração de Jucá, que não caiu bem no Palácio do Planalto, assessores do presidente Michel Temer não demoraram a desmentir do líder no Senado, informando que ainda não há data definida. Horas antes, o próprio Temer admitia a possibilidade de deixar o assunto para o próximo ano.


Esse desentendimento não apenas aumenta a temperatura da discussão sobre a reforma, mas dá à colérica oposição conteúdo de sobra para discurso que prega a incapacidade do governo de aprovar a reforma da Previdência.

Não há dúvida a respeito do acordo que definiu que a votação da reforma da Previdência acontecerá na volta das atividades parlamentares, mas o anúncio, segundo a assessoria palaciana, não cabia a Romero Jucá, mas ao Palácio do Planalto.

Integrantes do governo participaram da reunião que culminou com o tal acordo, mas ficou acertado que o anúncio seria feito no final da quinta-feira, quando normalmente os parlamentares já estão em seus respectivos estados. Como a próxima semana promete ser de Congresso esvaziado, a estratégia do governo era não dar à oposição motivos para especulações.

Contrariando a fala de Jucá, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo conta com a votação da reforma na próxima semana. Se por um lado deixar a votação da reforma para o próximo ano representa um risco inegável, por outro dá aos partidos da base aliada mais tempo para tentar convencer os filiados a votarem com o governo. A única questão é que em fevereiro o apoio almejado pelo Palácio do Planalto custará mais caro.

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