Morre no Rio de Janeiro, aos 91 anos, o crítico e contundente jornalista Carlos Heitor Cony

Um dos mais ácidos cronistas da imprensa nacional, ofício que exercia com coerência e lirismo impressionantes, o jornalista e escritor Carlos Heitor Cony morreu na noite de sexta-feira (5), aos 91 anos, no Rio de Janeiro.

Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Cony estava internado desde 26 de dezembro no Hospital Samaritano, na capital fluminense. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos.

Um dos maiores escritores brasileiros de livros, Cony publicou diversos e premiados romances, como “O ventre” (1958), “Pilatos” (1973), “Quase memória” (1995) – vendeu mais de 400 mil cópias – e “O piano e a orquestra” (1996). Os dois últimos títulos lhe renderam o prêmio Jabuti.

Nascido no Rio de Janeiro em 14 de março de 1026, Carlos Heitor Cony era filho do jornalista Ernesto Cony Filho e de Julieta Moraes Cony, o polêmico Cony começou no jornalismo em 1952, como redator do “Jornal do Brasil”.


Em 1961, entrou para o “Correio da Manhã”, onde exerceu as funções de redator, cronista, editorialista e editor. Em 1964, após o Golpe Militar, chegou a ser preso em diversas ocasiões e se exilou na Europa e em Cuba. Tempos depois, ingressou na revista “Manchete” e foi diretor de “Fatos & Fotos”, “Desfile” e “Ele Ela”, publicações da extinta Editora Bloch.

Entre 1985 e 1990, Carlos Heitor Cony foi responsável pela teledramaturgia da TV Manchete, tendo sido autor das novelas “A Marquesa de Santos”, “Dona Beija” e “Kananga do Japão”.

Em 1993, Cony substituiu o igualmente genial Otto Lara Resende como cronista da “Folha de S. Paulo”, tendo participado do conselho editorial do tabloide paulistano.

Eleito em 23 de março de 2000 para a cadeira número 3 da ABL, Carlos Heitor Cony foi casado por 40 anos com Beatriz Latja. Ele deixa duas filhas, Regina e Verônica, e o filho André Heitor.

apoio_04