Cenipa divulga causas do acidente aéreo em Paraty que matou Teori Zavascki e põe fim às especulações

Chegaram ao fim as teorias da conspiração que permearam o acidente aéreo que vitimou o então ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta segunda-feira (22), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou as causas do acidente aéreo que matou Zavascki e outras quatro pessoas em Paraty, no litoral sul fluminense, em 19 de janeiro de 2017.

Desorientação do piloto por conta da atuação da gravidade, no momento da forte curva feita na manobra no momento do choque, que provocou desorientação espacial, e as condições meteorológicas adversas, foram os dois principais fatores contribuintes para o acidente ocorrido em 19 de janeiro do ano passado. A informação foi repassada pelo coronel Marcelo Moreno, responsável pela investigação conduzida pelo Cenipa. Os dados confirmam investigação da Polícia Federal, que descartou indícios criminosos no acidente.

De acordo com o coronel Moreno, não houve qualquer indício de sabotagem da aeronave, como chegou a ser divulgado horas após o acidente. “Em casos de indício de crime, o Cenipa interrompe a investigação e repassa as informações à Polícia Federal”, informou, acrescentando que “os elementos da investigação não sustentaram indício de interferência ilícita”.

De acordo com o coronel Marcelo Moreno, o piloto desligou o GPWS durante o primeiro procedimento de descida, contrariando a recomendação do fabricante. Este desligamento do aviso sonoro impediu que ele tivesse outro alerta da baixa altitude no momento da segunda tentativa de pouso, quando uma das asas do avião se chocou com a água.


Segundo a investigação do Cenipa, o piloto do avião que transportava Zavascki e o dono do hotel Emiliano era considerado “muito experiente” e “referência” na região, em especial pelos muitos pousos e decolagens realizados com sucesso, na área.

O coronel Moreno disse também que “é possível que, ao longo de sua trajetória profissional, o piloto tenha desenvolvido comportamentos de pressão autoimposta”. Esse tipo de pressão, de acordo com o militar, foi relatado por vários pilotos que voam na região e sentiram-se obrigados a realizar viagens e fazer pousos e decolagens, mesmo em condições adversas de clima.

Sem equipamentos para orientação de procedimentos, o aeródromo de Paraty exige visibilidade de pelo menos 5 mil metros para pousos em uma pista considerada por muitos como perigosa. No momento que antecedeu o acidente, a visibilidade estava abaixo de 2 mil metros, situação que deveria ter levado o piloto a desistir do pouso. Só não o fez pela mencionada pressão e também pela confiança adquirida em anos de carreira.

“No momento do acidente, não havia condições mínimas de visibilidade no aeroporto de Paraty e o campo visual do piloto estava restrito”, disse o coronel do Cenipa.

Desde os primeiros minutos depois do anúncio do trágico acidente, o UCHO.INFO afirmou, sem medo de errar, que o acidente foi uma fatalidade e que não havia a menor possibilidade de sabotagem. Na ocasião, especuladores de plantão disseminaram a falsa informação de que o acidente aéreo era fruto das ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato que tinham Teori Zavascki como relator.

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