Calendário entremeado pelo Carnaval pode deixar reforma da Previdência para o próximo presidente

Entre o desejo da maioria dos brasileiros na seara da reforma da Previdência e a escandalosa má vontade dos parlamentares em relação á matéria há uma enorme e preocupante distância. Com as contas públicas cada vez mais comprometidas por aposentadorias e pensões, o País precisa urgentemente aprovar a reforma da Previdência, sob pena de assim não fazendo o Brasil mandar pelo ralo todo esforço empreendido para tirar a economia do atoleiro.

É preciso reconhecer que o presidente Michel Temer errou ao não enviar ao Congresso, logo que chegou ao principal gabinete palaciano, o projeto da reforma, quando a possibilidade de aprovação era muito maior do que agora.

Com a proximidade das eleições e a resistência do eleitoral em relação à classe política, deputados federais insistem em dificultar a discussão da matéria, não sem antes cobrar do governo contrapartidas abusivas, sem que a votação pelo menos comece.

O Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reservaram o dia 19 de janeiro para iniciar a votação da reforma da Previdência, sendo que a aprovação exigirá ao menos 308 votos, o chamado quorum qualificado.


Curtindo o recesso parlamentar (leia-se ócio remunerado) desde antes do Natal, deputados e senadores retornarão à labuta somente no dia 5 de janeiro, mas na prática o Congresso Nacional voltará a funcionar de fato no dia seguinte, terça-feira (6), como sempre acontece. Os parlamentares permanecerão na capital federal até no máximo quinta-feira (8) pela manhã, pois após tanto tempo de descanso é preciso relaxar durante o Carnaval. Afinal, em um país que dá os primeiros passos para sair de grave crise econômica é preciso reconhecer que ninguém é de ferro.

Com a semana da Quarta-Feira de Cinzas totalmente perdida em termos legislativos, os parlamentares retomarão a discussão da reforma da Previdência em 19 de fevereiro, data agendada para a votação da matéria. Ou seja, a chance de a reforma ser aprovada em 2018 é mínima, porque em seguida teremos alguns eventos que paralisam o Brasil: Semana Santa, Copa do Mundo, festas juninas, campanha eleitoral e eleições gerais. E finalmente o Natal.

O presidente da Câmara disse que se o governo não garantir os votos necessários para a aprovação do projeto, a reforma da Previdência ficará para o próximo presidente da República, que assumirá o posto com um enorme abacaxi sobre a escrivaninha palaciana.

Enquanto isso, a confiança na economia brasileira andará de lado, talvez dê alguns passos atrás, sendo que a conta da irresponsabilidade dos políticos mais uma vez será paga pelo sacrificado contribuinte. Sempre é bom lembrar que cada parlamentar, em Brasília, custa mensalmente aos cofres públicos 180 mil. Muito dinheiro para pouco retorno. Ou o brasileiro acorda para a realidade, ou é melhor aceitar a ideia de que a situação só tende a piorar.

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Ciente da importância da reforma da Previdência Social, cuja aprovação é primordial para o equilíbrio das contas públicas e para acabar com os privilégios de uma minoria abastada, o UCHO.INFO está veiculando as campanhas publicitárias sem qualquer contrapartida financeira. Tal decisão baseou-se no nosso compromisso de fazer jornalismo sério e de qualidade, levando a cada brasileiro a verdade dos fatos e a melhor informação.

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