Ministro da Defesa abusa do “besteirol” e diz que imprensa vale-se do masoquismo ao noticiar violência

Se há no Brasil um Estado paralelo, esse com certeza é o Estado oficial. Isso porque o crime organizado avança cada vez mais no controle da sociedade, a quem impõe terror indiscriminado e exige silêncio obsequioso.

A insegurança pública no País é tamanha, que os governantes esgotaram os estoques de desculpas. Ou seja, não há mais o que falar para tentar explicar o inexplicável. Os que arriscam alguma explicação, sempre esdrúxula, ignoram o fato de que muitas vezes o silêncio vale ouro.

Centro catalisador da insegurança que campeia em todos os rincões verde-louros, o ministro Raul Jungmann, da Defesa, em entrevista à GloboNews, nesta quarta-feira (31), disse que há masoquismo por parte da imprensa ao noticiar a violência. Em outras palavras, Jungmann deseja que, mesmo sendo o Brasil um faroeste caboclo e a céu aberto, os veículos de comunicação noticiem como se a essa república bananeira fosse um país nórdico.

O grande erro que persiste na política brasileira advém do chamado presidencialismo de coalizão, nome pomposo para o escambo oficial e bandoleiro. Isso significa que o governo coloca em postos-chave políticos sem qualquer experiência ou relação com os temas dos ministérios que comandam.

Raul Jungmann poderia ter se limitado a uma os bobagem, mas preferiu avançar no besteirol e afirmou que há sete meses as Forças Armadas estão no Rio de Janeiro para colaborar com as autoridades da segurança pública fluminense, mas que as tropas não têm o controle da situação. Em outras palavras, as Forças Armadas estão cumprindo tabela no Rio, enquanto os criminosos fazem de tudo e mais um pouco.


O ministro da Defesa disse também que as Forças Armadas não podem invadir as favelas – no Rio são chamadas de comunidades – porque são treinadas para destruir. E que uma invasão da Rocinha, por exemplo, representaria a destruição da maior favela brasileira. Ora, se a realidade é essa, as Forças Armadas não deveria estar no Rio de Janeiro e em nenhum outro estado da federação com problemas de segurança pública.

Na manhã desta quarta-feira, horas antes do palavrório insano de Jungmann, a Linha Amarela, uma das principais vias de acesso à Cidade Maravilhosa, foi fechado três vezes por causa de tiroteios entre traficantes e policiais, enfrentamentos que por enquanto deixaram três mortos.

O UCHO.INFO é radicalmente contra a presença das Forças Armadas em regiões urbanas, exceto em casos de segurança de estadistas e outras autoridades, pois os militares não foram treinados para incursões dessa natureza. Ademais, o principal papel das Forças Armadas é garantir a soberania nacional, não combater o crime organizado, que tem no tráfico de drogas uma fonte inesgotável de recursos. O tráfico é um negócio tão lucrativo, que o risco inerente ao crime compensa.

É de tal forma preocupante a situação decorrente do enfrentamento entre policiais e traficantes nas mais diversas comunidades fluminenses, que os moradores dessas regiões têm implorado às autoridades para que cessem as ações com o objetivo de resgatar a normalidade da segurança pública.

Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB) disse, na segunda-feira (29), que policiais são mortos como se fossem “galinhas”. Isso significa que o Estado não tem mais poder de fogo para enfrentar os criminosos, sempre armados com o que há de melhor em termos de equipamentos de ataque. Enfim…

QUER SABER MAIS SOBRE A REFORMA DA PREVIDÊNCIA? ASSISTA AO VÍDEO ABAIXO

Ciente da importância da reforma da Previdência Social, cuja aprovação é primordial para o equilíbrio das contas públicas e para acabar com os privilégios de uma minoria abastada, o UCHO.INFO está veiculando as campanhas publicitárias sem qualquer contrapartida financeira. Tal decisão baseou-se no nosso compromisso de fazer jornalismo sério e de qualidade, levando a cada brasileiro a verdade dos fatos e a melhor informação.

apoio_04