Mercado mantém previsão de queda da Selic para 6,75%; pastel de feira traduz realidade da inflação

O mercado financeiro manteve a estimativa de 6,75% para a taxa básica de juros da economia, a Selic, mas essa previsão, mesmo se confirmada, não garante a retomada sustentável do crescimento econômico. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que define a taxa, começa nesta terça-feira (6), em Brasília, e o anúncio do colegiado será anunciado no começo da noite de quarta-feira.

Em 2017, a Selic atingiu a mínima histórica de 7% (valor atual), com sinalização da continuidade do processo de redução da taxa para este ano. A projeção feita pelos economistas das principais instituições financeiras do País consta do Boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira (5), que também trouxe as estimativas para os principais indicadores econômicos.

O mercado financeiro melhorou as estimativas para o corrente ano, que será difícil em termos práticos por várias razões, a começar pela Copa do Mundo e as eleições gerais. Não obstante, o Carnaval, que acontece cedo, e os feriados prolongados deverão comprometer as decisões no cenário político. Fora isso, a possibilidade cada vez maior de a reforma da Previdência não ser aprovada é um ingrediente que preocupa, pois a dificuldade do governo em alcançar o prometido ajuste fiscal pode afugentar investidores.

A projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,66% para 2,70%. Na última sexta-feira (2), o Ministério do Planejamento atualizou a projeção do governo de 2,5% para 3%. É importante frisar que quase um terço do PIB é de responsabilidade da carga tributária. Um país que tem na geração de riqueza a participação da cobrança de impostos, sem dar ao contribuinte a contrapartida devida, não pode sonhar alto.


Em relação à inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os analistas do mercado projetaram uma leve queda na taxa, de 3,95% para 3,94% este ano. Para 2019, as projeções foram mantidas: crescimento do PIB em 3% e o IPCA em 4,25%.

Mesmo assim, a população continua questionando as autoridades sobre os locais onde a queda na inflação pode ser conferida. O UCHO.INFO há muito criou o “Índice Pastel” para acompanhar a evolução da inflação real no País. Trata-se de uma forma simples e facilmente compreensível de conferir os movimentos do mais temido fantasma da economia de uma nação.

Em 2017, um pastel era vendido nas feiras livres da capital paulista por R$ 5, mas agora não sai por menos de R$ 6. Ou seja, de acordo com o “Índice Pastel”, a inflação de um ano para o outro foi, na prática, de 20%.

Alguém há de afirmar que essa metodologia de apuração da inflação não é científica, mas é verdadeira porque traduz a dor que os brasileiros sentem no bolso. E não há iguaria mais democrática no Brasil do que um cobiçado pastel de feira, que não mata a fome, mas pode ficar mais caro se for acompanhado pelo caldo de cana.

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Ciente da importância da reforma da Previdência Social, cuja aprovação é primordial para o equilíbrio das contas públicas e para acabar com os privilégios de uma minoria abastada, o UCHO.INFO está veiculando as campanhas publicitárias sem qualquer contrapartida financeira. Tal decisão baseou-se no nosso compromisso de fazer jornalismo sério e de qualidade, levando a cada brasileiro a verdade dos fatos e a melhor informação.

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