Como Messias de camelô, Humberto Costa discursa contra intervenção no Rio de Janeiro

Considerando que a política brasileira é movida pela desonestidade, o Partido dos Trabalhadores puxa a fila dessa monumental chaga que devasta a nação. Perdendo cada vez mais a capacidade de se reinventar politicamente – talvez isso seja impossível –, o PT, desde a deflagração da Operação Lava-Jato, tenta se agarrar a qualquer fato para conter o processo de encolhimento.

Até a última semana, quando a reforma da Previdência ainda estava na pauta política do País, os petistas disparavam duras e ácidas críticas ao projeto palaciano que altera as regras para a aposentação. Tais mudanças são necessárias para garantir o pagamento dos benefícios a aposentados e pensionistas, além de garantir importantes passos na direção do ajuste das contas públicas. E o PT sabe disso, pois durante treze anos esteve à frente do governo federal e conhece a realidade das finanças oficiais.

Com a decisão do presidente Michel Temer (MDB) de intervir na segurança pública do Rio de Janeiro, os petistas perderam o discurso eleitoral e mergulharam nas águas do desespero. Até porque, o PT tem na radicalização da oratória o único fio de esperança. Ou seja, os “companheiros” perderam a principal arma eleitoral, com minguado poder de fogo, é preciso reconhecer.

Na tarde de terça-feira (20), no plenário do Senado Federal, palco da discussão e da votação do decreto de intervenção no Rio de Janeiro, o senador Humberto Costa (PT-PE) não corou a face ao lamentar o fato de o governo ter abandonado o projeto de reforma da Previdência.

A Constituição de 1988 impede qualquer mudança na Carta Magna durante intervenções federais. Com isso, a reforma da Previdência, assim como outras propostas de igual essência, teve a tramitação interrompida.

A oposição, sempre raivosa e vingativa, passou a afirmar que a decisão de intervir na segurança pública do Rio de Janeiro decorreu da incapacidade do governo de amealhar os 308 votos necessários para a provação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Contudo, tomando por base o discurso visguento de Humberto Costa, os petistas mudaram de lado. Movimento conhecido e típico do oportunismo bandoleiro que domina a política nacional.


O palavrório de Humberto Costa, se interpretado nas entrelinhas, deixa claro que os “companheiros” lamentam pelo fato de a reforma previdenciária ter sido constitucionalmente interrompida. O petista pernambucano disse em plenário que a interrupção da reforma da Previdência é a “derrota mais expressiva” do governo Temer, que não conseguiu provar a sua essência reformista.

O senador de Pernambuco, que esteve no olho do furacão do escândalo conhecido como “Máfia dos Sanguessugas”, ousou afirmar que a intervenção federal no Rio é fruto do populismo do governo. O parlamentar disse na tribuna do plenário que, diante do fracasso da reforma da Previdência, o presidente da República passou a agir de “de forma populista e irresponsável”.

Talvez Humberto Costa seja mais um dos esquerdistas de plantão que sofrem de amnésia de conveniência. Se o assunto é populismo e irresponsabilidade, Lula e sua horda são especialistas no assunto. Aliás, a gravíssima crise econômica que arremessou o Brasil na vala da recessão foi causada pelo populismo barato e pela irresponsabilidade devastadora de Lula, o alarife do Petrolão, e também pela incompetência virulenta de Dilma Rousseff.

Humberto Costa que não venha com esse messianismo de camelô, pois nada na história nacional recente foi tão populista e irresponsável quanto o binômio “redução do IPI e crédito fácil”. O Brasil viveu uma bolha de consumo descontrolado, antes de despencar no abismo da recessão. Com a economia em compasso de espera, a arrecadação tributária caiu drasticamente, a ponto de inviabilizar o orçamento de estados e municípios.

Por ocasião da insana decisão de reduzir o IPI em alguns segmentos da economia, o UCHO.INFO afirmou que o governo Lula estava a fazer cortesia com o chapéu alheio, uma vez que ignorou a participação de estados e municípios na arrecadação tributária. Sem dinheiro para girar a máquina pública, muitos governadores foram obrigados a cortar investimentos como forma de sobrevivência estatal. E um dos segmentos afetados foi a segurança pública.

Quando este portal apontou o indicador na direção da irresponsabilidade de Lula e sua equipe, palacianos acusaram o editor de torcer pelo “quanto pior, melhor”, quando na verdade nosso papel maior e manter o compromisso com a verdade e seguir no caminho de informar com responsabilidade.

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