O presidente da República, Michel Temer (MDB), disse nesta sexta-feira (23), em Brasília, que anunciará a criação do Ministério Extraordinário de Segurança Pública na próxima segunda. Ele evitou mencionar os nomes que estão sendo avaliados para assumir a pasta, mas garantiu que ao menos dez já foram cogitados.
O presidente da República explicou que o ministério coordenará as ações de segurança pública em todo o País, o que, segundo ele, nenhum governo federal quis fazer até agora.
“Esse ministério vai fazer reuniões permanentes com governadores e secretários de segurança”, disse em entrevista ao vivo à Rádio Bandeirantes. E completou: “Esse ministério vai coordenar a área de inteligência, porque também não basta colocar policial na rua com fuzil, precisa desbaratar o crime organizado”, afirmou.
Ao falar sobre a questão financeira, Temer disse que a nova pasta pode implicar em mais gastos para administração pública, mas isso se justifica pela importância do trabalho a ser feito na área da segurança pública.
Perguntado se o ministério será criado por medida provisória ou decreto presidencial, Michel Temer respondeu que ainda está examinando as hipóteses. A tendência é que, diante da grave situação enfrentada pela segurança pública, a criação do ministério aconteça por meio de decreto, uma vez que o governo não quer perder tempo com a discussão e votação de uma MP no Congresso Nacional.
É importante salientar que a criação do ministério não soluciona os problemas da segurança pública no País. O máximo que se conseguirá no médio prazo – talvez no curto – é conter a escalada da violência em muitas cidades brasileiras, mapeando as organizações criminosas que agem Brasil afora.
Falar em melhoria da segurança pública exige a defesa de investimentos em políticas sociais, como educação, geração de empregos e qualificação profissional, por exemplo. Somente isso possibilitará ao longo dos anos que o cidadão não seja refém do crime organizado. (Com ABr)
