Sem provas, PF jamais indiciaria Jaques Wagner por recebimento de R$ 82 milhões em propina

Ex-governador da Bahia e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, o petista Jaques Wagner negou o recebimento de propinas e descartou a possibilidade de ter solicitado algum benefício às empreiteiras envolvidas na demolição e construção do Estádio Fonte Nova, em Salvador. Esse discurso marcado por pílulas de inocência já era esperado, principalmente porque a Constituição estabelece que ninguém e obrigado a produzir provas contra si.

Ademais, um eventual “mea culpa” de Jaques Wagner seria não apenas um golpe contra sua defesa, mas um desastre para o PT, que tenta sobreviver em meio à turbulência provocada por seguidos escândalos de corrupção.

Wagner pode dizer o que quiser, assim como negar os fatos, mas Polícia Federal não tomaria a decisão de indiciá-lo criminalmente por recebimento de propina no montante de R$ 82 milhões se não tivesse em mãos provas para isso.

Jaques Wagner, o chefe da Casa Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, e um empresário foram alvo da Operação Cartão Vermelho, da PF, que cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do petista e na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

O PT, como esperado, emitiu nota criticando a Operação Cartão Vermelho, como se petistas estivessem acima de todos e principalmente da lei. A presidente do partido, senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) classificou a ação de busca apreensão na casa de Wagner como “invasão”, mas é preciso que o respectivo mandado foi expedido pela Justiça, dentro da legalidade e com base em provas.


“A invasão da residência do ex-governador Jaques Wagner por agentes da Polícia Federal, na manhã de segunda-feira (26) é mais um episódio da campanha de perseguição contra o Partido dos Trabalhadores e suas principais lideranças”, destaca trecho da nota assinada por Gleisi Helena.

O desvario da presidente do PT é tamanho, que na nota ela ousou afirmar que a “Cartão Vermelho” é mais uma prova de que o partido é alvo de perseguição por parte do Judiciário.

“A sociedade brasileira está cada vez mais consciente de que setores do sistema judicial abusam da autoridade para tentar criminalizar o PT e até os advogados que defendem nossas lideranças e denunciam a politização do Judiciário”, enfatizou a senadora.

A estratégia de transformar as investigações e ações penais contra Lula e sua horda não é novidade, uma vez que o PT precisa arrumar uma desculpa, mesmo que mentirosa, para tentar convencer o eleitorado da inocência dos protagonistas do maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão. E afirmar que Lula é alvo de perseguição da Justiça por estar na dianteira das pesquisas eleitorais é devaneio explícito.

“A escalada do arbítrio está diretamente relacionada ao crescimento da pré-candidatura do ex-presidente Lula, nas pesquisas, nas manifestações populares, nas caravanas de Lula pelo Brasil. Quanto mais Lula avança, mais tentam nos atingir com mentiras e operações midiáticas”, completou a senadora.

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