Presidenciáveis precisam deixar de lado a hipocrisia quando falam em afastar-se de Michel Temer

É impossível negar o avanço tecnológico no setor de comunicação, em especial no campo dos smartphones e também das redes sociais, mas as eleições de outubro próximo dependerão do tempo de televisão dos partidos políticos. Gostem ou não os amantes da tecnologia e suas constantes novidades, essa é a realidade brasileira no âmbito das campanhas eleitorais.

No momento em que candidatos são reféns do tempo de televisão dos respectivos partidos e das legendas que formarão as alianças, não há como ignorar a importância para um postulante à Presidência da República de se aproximar de partidos com largo tempo de televisão.

Muitos candidatos ao Palácio do Planalto têm insistido na tese de que é preciso distanciar-se do atual governo e do próprio presidente Michel Temer, que nas últimas pesquisas de opinião alcançou os mais baixos índices de aprovação da história nacional.

Ser político é uma tarefa inglória em qualquer parte do planeta, mas no Brasil a situação piora por causa do radicalismo do eleitorado e da polarização da opinião pública. O que não significa que a classe política está recheada de pessoas bem-intencionadas. É fato que existem raras exceções, mas a extensa maioria fez por merecer a desconfiança da população.


Porém, os candidatos que ora fazem críticas ao governo Temer não poderão prescindir do tempo de televisão do MDB, partido do presidente da República, Michel Temer, que, vale ressaltar, é quem e desmanda manda no partido> mesmo que muitos duvidem disso.

Há décadas na vida pública, Michel Temer tem experiência de sobra e movimenta-se com invejável destreza nos bastidores do poder. Isso significa que o candidato que quiser transformar em realidade o sonho de ser presidente República terá de se render não apenas ao apoio do Palácio do Planalto, mas ao tempo de televisão a que faz jus o MDB.

Ademais, em termos etimológicos a palavra “política” tem sua origem em “polis”, que em grego significa cidade. Ou seja, a política passa obrigatória e principalmente pelas cidades.

Não por acaso, o finado Orestes Quércia, astuto em termos políticos, lançou há décadas a Frente Municipalista. Isso porque aquele que sonha com um mandato eletivo precisa pedir a bênção dos prefeitos e dos seus eleitores. E nesse quesito o MDB lidera o ranking, com 1.038 prefeituras.

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