A realidade começa a bater à porta dos petistas mais descontrolados. A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Helena Hoffmann, já admite abertamente que o “babalorixá” da legenda, Lula da Silva, não apenas ficará de fora da corrida presidencial, mas será preso, possivelmente antes da Páscoa.
Escondida no bunker do equívoco em que vive o PT, sob o bombardeio implacável de uma realidade que foge ao controle, Gleisi continua a convocar tropas dizimadas ou inexistentes para uma resistência imaginária em defesa do alarife Lula.
“Só aumenta a perseguição para impedir Lula de disputar as eleições para presidente. Condenado sem provas e sem crime, Lula está perto de ser preso. Será o maior atentado à nossa democracia se isso acontecer. A Constituição é clara: ninguém pode ser preso antes do trânsito em julgado de sentença condenatória. Precisamos todos, todas, partidos e movimentos de esquerda, progressistas e democratas deste país, se opor a isso! É por Lula, mas também pela democracia, por direitos, pela dignidade do Brasil e do povo brasileiro que estamos lutando”, delira a senadora em seu Facebook.
A situação da própria Gleisi Helena é gravíssima e não inspira arroubos heroicos. Análise do jornalista Ricardo Noblat revela o quanto é precária a conjuntura vivida pela presidente dos petistas: “Se o ministro Celso de Mello não demorar além da conta a revisar o voto do seu colega Edson Fachin, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgará até o final de março a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Ambos, Gleisi e Paulo Bernardo, são acusados de receber R$ 1 milhão desviado de contratos da Petrobras para pagar despesas da campanha da petista ao Senado, em 2010. O parecer da Procuradoria-Geral da República foi favorável à condenação do casal, assim como ao pagamento de multa de R$ 4 milhões. Trata-se do primeiro processo da Operação Lava-Jato a ser julgado pelo STF.
A fidelidade canina que Gleisi Helena dedica a Lula, além de sua estridência em defesa do petista-mor e da ex-presidente Dilma Rousseff, garantiu à senadora a vaga de presidente do partido. Podendo ter escolhido um nome ficha limpa para presidir o PT, Lula preferiu Gleisi mesmo sabendo que ela responde a várias ações penais e outras de indenização aos cofres públicos.
Além de Celso de Mello e Luiz Edson Fachin, integram a Segunda Turma do STF os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Toffoli foi advogado do PT e assessor do ex-ministro José Dirceu antes de ser nomeado ministro da Corte pelo irresponsável Lula. Lewandowski ganhou a vaga de ministro com o apoio de Marisa Letícia, ex-mulher de Lula. Se condenada, Gleisi ficará impedida de disputar eleições pelos próximos oito anos, assim como o seu guru político.
