Custo Brasil: Polícia Federal envia ao Supremo relatório sobre Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo

O tom cada vez mais histérico com que a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, defende Lula pode ter relação com o fato de que ela própria está na iminência de terminar em um dos cárceres da Operação Lava-Jato.

A Polícia Federal concluiu nesta semana o inquérito que tem a presidente dos petistas e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações) entre os investigados na Operação Custo Brasil.

O relatório foi enviado na quarta-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal e será analisado pelo ministro Dias Toffoli, o que acende a possibilidade de uma operação abafa. Afinal, Toffoli, assim como o casal investigado, é petista ferrenho de longa data.

Os crimes investigados no respectivo inquérito são corrupção e lavagem de dinheiro, mas, como de costume, Gleisi Helena e sua defesa se prendem a recursos conhecidos ao alegar inocência. A senadora informou que a defesa não teve acesso ao relatório final do inquérito. “O vazamento ilegal de suposto inquérito, ao qual a defesa não teve acesso, é mais uma violência contra o PT e seus dirigentes”, informou em nota.


Paulo Bernardo, o marido da “Amante”, usa a dissimulação como forma para escapar das garras da investigação. Enquanto o ex-ministro não foi localizado nos endereços fornecidos, seus defensores sequer deram o ar da graça. Os advogados já se pronunciaram anteriormente sobre o caso, afirmando que Paulo Bernardo não teve qualquer envolvimento em eventuais irregularidades cometidas no Planejamento.

A suspeita da PF é que houve desvio de dinheiro (mais de R$ 100 milhões) na concessão de empréstimos consignados pelo Ministério do Planejamento no período em que Paulo Bernardo comandou a pasta. Os investigadores afirmam que parte do dinheiro desviado de servidores federais e aposentados teria abastecido campanhas de Gleisi Helena por meio de caixa 2. Os recursos ilícitos também custearam contas pessoais da senadora, como salário do seu motorista e até o videogame dos filhos.

Segundo as investigações da 18ª fase da Operação Lava-Jato, houve um esquema de corrupção em um contrato firmado entre o Ministério do Planejamento e a empresa Consist Software para gestão de empréstimos consignados. A delação do ex-vereador petista Alexandre Romano, tido como muito próximo à senadora, embasou as investigações.

Em junho de 2016, Paulo Bernardo chegou a ser preso pela PF em razão das suspeitas, mas acabou solto seis dias depois, ocasião em que negou todas acusações. Mesmo assim, a hora do acerto de contas está chegando.

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