Mercado financeiro projeta inflação de 3,63% em 2018; consumo ainda está em marcha lenta

Economistas das principais instituições financeiras em atividade no País reduziram pela sétima semana consecutiva a projeção para a inflação do ano em curso. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, caiu de 3,67% para 3,63%, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (19).

A estimativa de inflação segue abaixo do centro da meta de 4,5%, mas acima do limite inferior de 3%. Para 2019, a projeção para a inflação está em 4,20%, um pouco abaixo do centro da meta: 4,25%. Por outro lado, a inflação real, enfrentada pelos consumidores no dia a dia, continua em ritmo mais lento. O que compromete a retomada do consumo e, por consequência, da atividade econômica.

Taxa básica de juro

Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juro, a Selic, atualmente em 6,75% ao ano. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) eleva a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que gera reflexos nos preços porque taxas de juro mais altas encarecem o crédito e estimulam a poupança.


Por outro lado, quando o Copom reduz a taxa básica de juro, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

De acordo com a previsão das instituições financeiras, a Selic encerrará 2018 em 6,50% ao ano e subirá ao longo de 2019, encerrando o período em 8% ao ano. Para as instituições financeiras, o Copom deve reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual na reunião deste mês.

Atividade econômica

A estimativa do mercado financeiro para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país este ano, caiu pela segunda vez seguida, ao passar de 2,87% para 2,83%. Para 2019, a projeção segue em 3%.

Há nesse cenário uma combinação que não vem produzindo os resultados esperados. A inflação está baixa e a Selic em patamares inéditos, mas o consumidor ainda mantém a cautela. Isso dificulta a retomada do crescimento econômico, que só alcançará rimo sustentável na esteira de novas reformas, a começar pela da Previdência. (Com ABr)

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