Trump, o estabanado, anuncia ofensiva comercial contra a China; bolsas de NY despencam

Presidente dos Estados Unidos, o inconsequente Donald Trump anunciou na quinta-feira (22) medidas comerciais contra a China, devido a um suposto roubo de propriedade intelectual. As ações preveem a imposição de taxas sobre produtos importados do país asiático e processos na Organização Mundial do Comércio (OMC).

As sobretaxas sobre importações da China podem somar até 60 bilhões de dólares por ano. A Casa Branca afirmou que o governo publicará nos próximos 15 dias uma lista com as tarifas propostas. Como potenciais alvos, já foram identificadas cerca de 1,3 mil linhas de produtos. A taxação só entrará após um período de 60 dias para consulta.

“Está ocorrendo um roubo tremendo de propriedade intelectual”, disse Trump, ao assinar o memorando com as medidas. “Trata-se do maior déficit de qualquer país na história do mundo”, acrescentou ao comentar o desequilíbrio comercial entre Estados Unidos e China. Washington acumula um déficit de 375 bilhões de dólares no comércio com Pequim.

Donald Trump culpou o país da Grande Muralha pela perda de empregos no mercado americano e destacou que sua ação deixará os Estados Unidos mais ricos e fortes.

Além das tarifas de importação e de ações na OMC, o governo americano também propôs a restrição de investimentos chineses nos Estados Unidos.

O governo americano destacou, no entanto, que a China terá espaço para responder às medidas. Essa abertura reduz os riscos do início imediato de uma guerra comercial.

“Eu os vejo como um amigo”, ressaltou Trump sobre os chineses, acrescentando que Washington está travando negociações com Pequim.

As medidas são resultado de uma investigação do governo americano, que durou sete meses, sobre supostas táticas que a China teria usado para desafiar a supremacia dos EUA em tecnologia. Segundo os Estados Unidos, o país asiático teria usado hackers para roubar segredos comerciais e exigido de empresas americanas a entrega de informações para poder entrar no mercado chinês.


Resultado controverso

Durante a campanha, Trump prometeu diminuir o déficit comercial dos EUA, que chegou a 566 bilhões de dólares no ano passado. Para isso, o presidente aponta a necessidade de reescrever novos acordos comerciais e reprimir práticas comerciais abusivas, que segundo ele, seriam praticadas por parceiros dos Estados Unidos.

Antes do anúncio americano desta quinta-feira, a China já havia alertado que tomará todas as medidas necessárias para se defender, elevando a possibilidade de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

As medidas também são controversas nos EUA. Dezenas de grupos industriais enviaram, no final de semana, um alerta a Trump. Eles argumentam que essas restrições terão impactos negativos na economia americana. Os empresários alegam que o país pode sofrer retaliações e ver um aumento dos custos para as empresas e consumidores.

Pela culatra

O anúncio de Trump fez as bolsas de Nova York despencarem na quinta-feira, sendo que as fortes perdas em Wall Street ofuscaram as boas notícias taxas de juros para o mercado acionário brasileiro. Pressionado, o dólar registrou a maior valorização ante o real em sete semanas.

O Dow Jones, índice das ações mais negociadas de Nova York, fechou com queda de 2,93%. O S&P 500 caiu 2,52%, e o Nasdaq, 2,43%. O anúncio contaminou também a Europa, com a Bolsa de Londres fechando em baixa de 1,23%, a de Frankfurt caindo 1,7% e Paris recuando 1,38%.

O mercado teme que a decisão protecionista do governo dos EUA desencadeie uma guerra comercial global. A China já sinalizou que reagirá às tarifas de Donald Trump e disse que considera abrir uma reclamação na OMC (Organização Mundial do Comércio), mas não descartou outras opções de resposta.

Após oscilar entre altas e baixas ao longo do dia, o Ibovespa, índice que reúne as ações de maior liquidez na Bolsa brasileira, fechou em baixa de 0,25%, a 84.767,88 pontos. O giro financeiro somou R$ 10 bilhões. (Com agências internacionais)

apoio_04