Confiança do comércio avança 1,3 ponto em março, mas recuperação econômica ainda é lenta

O Índice de Confiança do Comércio, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), avançou 1,3 ponto de fevereiro para março e chegou a 96,8 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. Trata-se da sétima alta consecutiva, o indicador atingiu o maior patamar desde abril de 2014 (97,8 pontos).

O aumento da confiança foi percebido em empresários de sete dos 13 segmentos do comércio pesquisados. Eles estão mais confiantes no futuro, já que o Índice de Expectativas avançou 1,8 ponto e chegou a 100,2 pontos, voltando a zona de otimismo (superior a 100 pontos).

O Índice de Situação Atual, que avalia a confiança dos empresários no momento, avançou 0,7 ponto e chegou a 93,5 pontos, o melhor resultado desde junho de 2014 (96,5 pontos).

De acordo com a FGV, apesar da melhora do indicador, as expectativas estão relativamente estáveis, depois da forte alta no final de 2017, o que sugere cautela por parte dos empresários.


Ainda que a confiança do comércio tenha registrado alta, a recuperação econômica ainda segue lenta. Esse quadro resulta de uma combinação que surgiu na crise: cautela do consumidor e elevação de preços na esteira da inflação.

Com a inflação, muitos empresários e comerciantes subiram os preços dos produtos, com medo das incertezas da economia. Sem o reajuste adequado dos salários, os consumidores mudaram o hábito de compra e passaram a adotar a cautela como regra. Isso significa que a recuperação da economia ainda demandará tempo.

Ademais, o travamento da pauta política no Congresso Nacional, em ano de eleições gerais, dificulta ainda mais uma mudança de cenário que favoreça a economia. Sem a aprovação da reforma da Previdência, o Brasil continuará andando de lado quando o assunto é ajuste fiscal. O próximo presidente da República que se prepare, já que a herança maldita não será pequena. (Com ABr)

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