Yulia Skripal, filha de ex-espião russo envenenado no Reino Unido, deixa hospital

Filha do ex-espião russo Sergei Skripal, Yulia, envenenada junto com o pai em 4 de março em Salisbury, no Reino Unido, deixou o hospital nesta terça-feira (10) e foi levada para um local seguro, informou a emissora britânica BBC.

A jovem de 33 anos tinha comunicado na última semana, através da Polícia Metropolitana de Londres (Met), que seu estado de saúde havia melhorado e que ganhava força a cada dia. Yulia e seu pai foram atacados com o agente nervoso do tipo Novichok, uma invenção soviética.

“Isto não é o fim do tratamento dela, mas marca um avanço significativo”, disse Christine Blanshard, diretora do hospital em Salisbury, cidade onde pai e filha foram encontrados desmaiados em um banco após serem envenenados, em circunstâncias ainda não esclarecidas.

“Seu pai [Sergei] também está progredindo. Na sexta (6), eu anunciei que ele não estava mais em uma condição crítica. Apesar dele estar se recuperando mais lentamente que Yulia, nós esperamos que ele também esteja apto a deixar o hospital assim que possível”, declarou Blanshard.


A diretora do hospital afirmou que o primeiro esforço da equipe médica foi estabilizá-los para garantir a respiração e a circulação sanguínea. Ela explicou que o agente neurotóxico usado no ataque conecta-se a uma enzima do corpo, impedindo o funcionamento adequado de alguns nervos, o que provoca enjoos e alucinações.

“Nós tivemos que usar uma variedade de diferentes remédios para dar suporte aos pacientes, até que eles pudessem repor as enzimas afetadas pelo envenenamento”, disse. “Também usamos técnicas especiais de descontaminação para remover qualquer toxina residual”.

O Reino Unido acusa a Rússia de estar por trás do ataque e, em resposta, impôs represálias a Moscou, culminando com a expulsão de 23 diplomatas russos. Poucos dias depois, o Reino Unido recebeu o apoio de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha, que também expulsaram diplomatas russos.

Após negar as acusações, Moscou ordenou a expulsão de diplomatas ocidentais em represália as medidas adotadas pelo governo da primeira-ministra britânica, Theresa May. (Com agências internacionais)

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