Gleisi lança suspeitas sobre furto a veículo, mas não explica o fato de passaporte de Lula estar em Curitiba

Como esperado, o Partido dos Trabalhadores vem emitindo sinais ambivalentes em Curitiba, onde encontra-se preso o ex-presidente Lula, condenado a doze anos e um mês de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Um veículo utilizado por um dos ajudantes de ordem de Lula teria sido furtado na capital paranaense. De acordo com a queixa registrada na delegacia de polícia, os ladrões teriam levado um frigobar e o passaporte de Lula.

O frigobar sugere que o protagonista do Petrolão, maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos, pensa em se acomodar na prisão em Curitiba, desde que consiga pequenos confortos, como geladeira, esteira ergométrica e outros mimos.

Porém, o anunciado furto do passaporte do petista-mor aponta para outra direção. Por qual razão um condenado à prisão precisaria de passaporte, a não ser que exista um plano para Lula sumir do País caso consiga a liberdade.

A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), presidente nacional da legenda, não conseguiu uma explicação convincente para os itens furtados. Em compensação, a senadora paranaense entoou os costumeiros lamentos sobre conspirações neoliberais e capitalistas.


Segundo a petista, todos, de Washington a Moscou, estariam inconformados com a revolução social promovida por Lula e pelo PT no Brasil, que culminou, em 2016, com 14 milhões de desempregados, crescimento econômico negativo e inflação galopante, além de maquiagem nas contas públicas, saída encontrada para tentar disfarçar o desastre.

Faz-se necessário lembrar quem é o assessor de Lula que teria sido “roubado” em Curitiba. Trata-se do subtenente Edson Antônio Moura Pinto, o mesmo que comprou os pedalinhos do sítio em Atibaia, propriedade rural que Lula jura ser de um de longa data.

Outro detalhe que deve ser observado no arrombamento do carro é que os ladrões destruíram a lataria. Qualquer criminoso estreante no ofício de subtração de veículos consegue abrir um Ford Ka com impressionante rapidez e sem causar qualquer avaria. Não se trata de duvidar o anunciado furto, mas há algo estranho nesse enredo novelesco.

Ademais, causa espécie o fato de um condenado à prisão ter à disposição motoristas, seguranças e ajudantes de ordem pagos pelo Estado. O Palácio do Planalto começou a avaliar a possibilidade de cancelar a mordomia a que todos os ex-presidentes têm direito, mas o assunto continua parado nos gabinetes palacianos.

Por outro lado, Gleisi Hoffmann, que vem levantando ridículas teorias conspiratórias para a suposta subtração dos bens de Lula, ainda não conseguiu dar uma explicação crível para o episódio. Talvez isso não aconteça, já que a criatividade da presidente dos petistas deixa a desejar.

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