Gleisi Hoffmann precisa decidir se fica com a Padroeira do Brasil ou com a “reza brava” luciferiana

Que a esquerda é dicotômica todos sabem, mas no Brasil os esquerdistas perdem o bom senso quando se veem diante de situações complexas e de difícil solução. Por conta disso, a crise deflagrada pelos escândalos de corrupção tem levado alguns líderes da esquerda a discursos tão bizarros quanto desconexos.

Escolhida para presidir o Partido dos Trabalhadores em nível nacional, a senadora Gleisi Helena Hoffmann aceitou a incumbência de atuar como para-raios de Lula, que cumpre pena de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Antes de ser preso pela Polícia Federal, Lula autorizou um espetáculo deprimente e desconexo no entorno do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Para adiar ao máximo a prisão, o ex-presidente alegou que só se entregaria depois da realização em memória da ex-primeira-dama Marisa Letícia. O que deveria ser um culto religioso foi rapidamente transformado em ato político, se qualquer dose de cerimônia.

Em nenhum momento da alegada missa ouviu-se Lula fazer qualquer referência respeitosa a Dona Marisa. Pelo contrário, o ex-metalúrgico abusou da verborragia para desafiar a Justiça e tentar provar sua inocência. E não custa lembrar que esquerdista que fala muito em Deus é falsificado ou está a tramar algo de mal.


O tempo passou e, com Lula atrás das grades, o PT teve de aceitar a ideia de que a legenda pode ruir definitivamente caso o ex-presidente não seja candidato. Lula está inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, mas manter o discurso de sua candidatura é a alternativa que resta para evitar o pior.

Ciro Gomes, que de esquerdista nada tem – até porque é um dos muitos “coronéis” que ainda resistem no Nordeste brasileiro –, foi alvo de polêmica que surgiu não núcleo duro do PT. Ex-governador da Bahia, Jaques Wagner afirmou que o PT poderia indicar um candidato a vice na chapa de Ciro Gomes. Foi o suficiente para Gleisi Hoffmann reagir de forma intempestiva.

Ao rebater a declaração do “companheiro” Jaques Wagner, a senadora paranaense disse que “Ciro não passa no PT nem com reza brava”. É impossível adivinhar o que Gleisi entende por “reza brava”, mas sabe-se que essa expressão popular é usada quando alguém faz referência à necessidade de “fechar o corpo”. A crendice, via de regra, relaciona a “reza brava” aos domínios luciferianos.

Com a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de negar pedido da defesa de Lula para transferir à Justiça Federal em São Paulo a ação penal que tem no cardápio o Sírio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior paulista, Gleisi Helena convocou a “companheirada” para uma romaria ao Santuário Nacional de Aparecida, cujo objetivo é defender a libertação do ex-presidente da República.

É sabido que cobrar coerência de políticos brasileiros é tarefa hercúlea, talvez missão impossível, mas Gleisi e seus “camaradas” precisam decidir de que lado estão. Ou ficam com a “reza brava”, ou engrossam a romaria que possivelmente será mais um fracasso com a chancela estelar do PT.

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