Coreia do Norte suspende reunião com Seul e lança dúvidas sobre encontro entre Kim Jong-un e Trump

Por meio da agência oficial KCNA, o governo da Coreia do Norte informou nesta terça-feira (15) – quarta-feira pelo horário local – que suspenderá as conversações de alto nível com a Coreia do Sul em razão dos exercícios militares conjuntos de Seul com os EUA.

Ambas as Coreias haviam marcado reunião em vila fronteiriça para discutir o início das conversações entre militares e a Cruz Vermelha, com o objetivo de minimizar a tensão nas fronteiras e reiniciar os encontros entre famílias separadas pela Guerra da Coreia.

Pyongyang afirmou no comunicado que os exercícios são um treino de invasão do Norte e uma clara provocação em meio à melhora de relações entre as duas Coreias.

A nota divulgada também questiona se a cúpula do próximo mês entre o ditador norte-coreano Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá ser realizada como planejado.


“Este exercício dirigido a nós, que está sendo realizado em toda a Coreia do Sul e nos alvejando, é um desafio flagrante à Declaração de Panmunjom e uma provocação militar intencional que vai contra o desenvolvimento político positivo na Península Coreana”, destaca o texto da KCNA.

Em março, enquanto as negociações para a cúpula de Trump e Kim avançavam, a Coreia do Norte chegou a reconhecer que os exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos EUA poderiam continuar.

Essa guinada nas negociações decorre de um fato largamente noticiado pelo UCHO.INFO. O governo de Pyongyang é um instrumento de manobra da China e da Rússia na Ásia, que não querem ver o avanço de Trump na região e principalmente no cenário internacional. Tomando por base que Trump é avesso ao diálogo e dono de comportamento instável, o ditador norte-coreano continuará fazendo o papel do desestabilizador regional.

Por outro lado, Kim Jong-un – assim como seu pai, Kim Jong-il –, que precisa cada vez mais de recursos financeiros e produtos para manter o truculento regime, faz as vontades da China e da Rússia. Considerando que Pequim é o principal aliado da Coreia do Norte, a queda de braços com Washington é muito maior e mais desafiadora do que se pode imaginar.

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