Subutilização da força de trabalho atinge 27,7 milhões de brasileiros; efeitos da crise perduram

No início de 2009, quando o então presidente Lula, um gazeteiro profissional, anunciou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns segmentos da economia nacional e apostou todas as fichas no chamado crédito fácil, o UCHO.INFO alertou para o perigo das medidas, que em algum momento impediriam o que se chama de “fechamento da conta”.

Na ocasião, os palacianos, sempre soberbos e avessos ao contraditório, acusaram-nos de torcer contra, quando na verdade sempre torcemos a favor do Brasil e dos brasileiros, desde que a torcida aconteça à sombra da verdade dos fatos.

O tempo passou e não foi preciso esforço algum para perceber que a brincadeira populista do agora presidiário Lula transformou-se em tragédia, cujos efeitos colaterais ainda são enfrentados pela população. E esses efeitos têm um grau de resistência que chega a assustar. Mas nada do que aí está é novidade para os leitores deste noticioso.

A prova do nosso alerta foi revelada, mais uma vez, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (17), no Rio de Janeiro. De acordo com o órgão, a taxa de subutilização da força de trabalho no Brasil atingiu nível recorde no primeiro trimestre de 2018. Ao todo, segundo levantamento, 27,7 milhões de trabalhadores estão subutilizados, o que corresponde a 24,7% da força de trabalho no País, o maior percentual desde 2012.

São consideradas subutilizadas as pessoas que estão desempregadas; as disponíveis para trabalhar mais horas, mas que não encontram essa possibilidade; as que gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego; e as que procuraram, mas não estavam disponíveis para o trabalho.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que também informa que o contingente de desalentados é de 4,6 milhões de pessoas. No último trimestre de 2017, esse grupo somava 4,3 milhões de pessoas.


Desistência

O grupo de desalentados é formado por pessoas que desistiram de procurar emprego – estavam fora da força de trabalho por não conseguir emprego adequado, não têm experiência ou qualificação, consideradas muito jovens ou idosas, ou falta de trabalho nos locais em que residem.

A taxa de desalento atinge 4,1% da força de trabalho ampliada no Brasil e é mais intensa na Região Nordeste, com 9,7%. Em Alagoas, 17% da força de trabalho desistiram de procurar emprego e, no Maranhão, 13,3%. No Rio de Janeiro e em Santa Catarina, o desalento é de 0,8%.

Taxa de desemprego é de 13,1%

O IBGE já tinha divulgado em 27 de abril que a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2018 sofrera elevação – subiu para 13,1%.

Se considerada cor ou raça da população, a taxa aponta desigualdades. Enquanto o desemprego é de 10,5% entre os brancos, chega a 15,1% entre os pardos e 16% entre os negros. A população parda corresponde a 52,6% dos desempregados no Brasil, embora corresponda a 47,1% da população brasileira.

Os brancos, por sua vez, são 43,3% dos brasileiros e 35,2% dos desempregados. Já os pretos são 8,7% da população do país e 11,6% dos desempregados, segundo dados do IBGE. (Com ABr)

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