Após ter sonhado um dia com a Presidência da República, Gleisi se aproxima da rampa do presídio

Quando decidiu que a senadora Gleisi Helena Hoffmann assumiria a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores, o enrolado Lula sabia o que estava a fazer. Queria no comando da legenda alguém que pudesse defender a farsa partidária, sem que alguém ousasse tomar a proa do partido, e que tivesse disposição para atuar como para-raios do protagonista do maior e mais ousado esquema de corrupção da história da Humanidade.

Ignorante, mas inteligente, Lula apostou muitas fichas em alguém que é um fiasco em termos políticos e comportamentais. Afinal, Gleisi Helena está longe de ser um a ode à genialidade, ao mesmo tempo em que é desprovida de raciocínio lógico. Acostumada a polêmicas marcadas pela estupidez, a senadora paranaense tem levado preocupação a Lula, que cumpre pena de prisão em Curitiba.

Como nove entre dez culpados, Gleisi é viciada na tese de que a melhor defesa é o ataque. Contudo, sem tino para responder aos contrapontos, a presidente dos petistas é o que se pode chamar de “fulanização” do fiasco.

Acostumada a intimidar jornalistas com processos judiciais, na maioria das vezes desrespeitando o foro dos réus, como fez com o editor do UCHO.INFO, Gleisi vê a sua questionável trajetória política desmoronar à sombra de escândalos de corrupção.

Ré por corrupção em ação penal resultantes da Operação Lava-Jato – foi denunciada por pelo menos seis delatores do Petrolão – e acusada, no âmbito da Operação Custo Brasil, de ter recebido dinheiro subtraído de servidores federais e aposentados que recorreram a empréstimos consignados por meio do sistema Consist, Gleisi Helena é suspeita de ter mantido durante anos um apartamento na praia com recursos de propina. O imóvel, segundo consta, não foi declarado no Imposto de rende e teria sido adquirido em espécie.


Quando a senadora petista foi escolhida para chefiar a Casa Civil, o então ministro da Justiça, Nelson Jobim, não demorou a disparar contra Gleisi. E o disparo, que também atingiu a “companheira” Ideli Salvatti, rendeu-lhe a demissão. Para ilustrar a conhecida e devastadora incompetência da outrora recém escolhida ministra-chefe da Casa Civil, Jobim usou a expressão “nem sequer conhece Brasília”.

Nelson Jobim estava certo, pois a senadora é deveras limitada em termos de raciocínio, mas conhece os caminhos do dinheiro da corrupção, nos subterrâneos do poder central. Isso fez com que, em algum momento, Gleisi sonhasse com a possibilidade de suceder Dilma Rousseff na Presidência da República.

Investigada por participação em alguns escândalos de corrupção, Gleisi Hoffmann corre o sério risco de ser condenada em breve, além das condenações que estão a reboque de outros escândalos. Apesar disso, a senadora continua devendo ao País uma explicação, com doses mínimas de plausibilidade, sobre a decisão de nomear um pedófilo conhecido para o cargo de assessor especial da Casa Civil. Eduardo Gaievski, o monstro sexual do Palácio do Planalto, foi condenado a mais de cem anos de prisão e cumpre pena em presídio de Francisco Beltrão, no interior paranaense. Mesmo assim, continua filiado ao PT.

Alguém há de questionar por qual razão Lula escolheu a senadora como seu para-choque político, mas é preciso reconhecer que, ao contrário do que prega a Física, polos iguais se atraem. E nesse caso, considerando que ambos sobrem de anorexia intelectual, pode-se dizer que Lula e Gleisi estão a protagonizar, pelo menos na política, o famoso abraço dos afogados.

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