Morte de Alberto Dines, aos 86 anos, abre enorme lacuna no jornalismo ético e responsável do País

Um dos grandes jornalistas brasileiros, Alberto Dines, fundador do Observatório da Imprensa, morreu nesta terça-feira (22), aos 86 anos, na cidade de São Paulo. Dines estava internado há dez dias no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, em decorrência de problemas respiratórios, que evoluíram para pneumonia.

Jornalista, professor universitário, biógrafo e escritor, Alberto Dines teve destaque em vários veículos de comunicação. Começou no jornalismo em 1952 na revista “A Cena Muda” e no ano seguinte participou da fundação da revista Visão para acompanhar reportagens da área artística.

Em 1957 aterrissou na revista Manchete, de propriedade de Adolpho Bloch. Dois anos mais tarde assumiu o posto de diretor do segundo caderno do jornal Última Hora, de Samuel Wainer. No ano seguinte, dirigiu o jornal Diário da Noite, dos Diários Associados, pertencente a Assis Chateaubriand. Em 1962 tornou-se editor-chefe do Jornal do Brasil, onde permaneceu até 1973.

Em 1974, Dines foi professor-visitante na Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, de onde voltou para ser diretor da sucursal da Folha de S. Paulo, no Rio de Janeiro. Em 1980, deixou o jornal e passou a colaborar em “O Pasquim”.


Mudou-se para Lisboa em 1988, onde lançou a revista Exame, do Grupo Abril. Ainda na capital dos portugueses Alberto Dines lançou o Observatório da Imprensa, entidade sem fins lucrativos dedicada a avaliar a qualidade do jornalismo brasileiro. Retornou ao Brasil em 1994.

Em 1998, lançou o Observatório da Imprensa na TV Educativa do Rio de Janeiro. O programa foi, posteriormente, produzido pela TV Brasil. O Observatório da Imprensa ficou no ar de 1998 a 2016.

O presidente da República, Michel Temer (MDB), usou as redes sociais para lamentar a morte de Dines. “O jornalismo brasileiro perde um dos pilares da ética e do profissionalismo”, escreveu o emedebista em sua conta no Twitter.

“Alberto Dines passou pelos mais importantes veículos do País e criou uma geração de jornalistas comprometidos com a correção da informação. Meus cumprimentos à família”, concluiu Temer.

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