Starbucks fecha cafeterias nos Estados Unidos para treinamento antipreconceito

A rede Starbucks decidiu manter 8 mil cafeterias nos EUA fechadas na terça-feira (29) para que funcionários recebessem treinamento antipreconceito. A medida pretende abordar a questão do racismo no local de trabalho, depois que dois homens negros foram presos em uma filial da empresa na Filadélfia.

As oito mil filiais ficaram fechadas por várias horas. A condução de um treinamento antipreconceito é uma tentativa da empresa de restaurar sua imagem manchada, promovendo suas cafeterias como pontos de encontro onde todos são bem-vindos.

A direção da Starbucks pediu desculpas depois do incidente na Filadélfia, ocorrido em abril passado. Na ocasião, um funcionário chamou a polícia porque os dois homens negros, que não haviam consumido nada, recusaram-se a deixar o café depois que lhes foi negado o uso do banheiro.

A Starbucks e os dois homens acertaram um acordo legal por valor não revelado. A empresa anunciou também que qualquer pessoa pode usar seus banheiros, mesmo que não tenha consumido nada.


O treinamento para funcionários das lojas da Starbucks tem como objetivo fazer com que as pessoas discutam e existência preconceitos e estereótipos ao encontrar pessoas de outra cor, gênero ou identidade.

De acordo com documentos da Starbucks, funcionários também são aconselhados a refletir cuidadosamente quando lidam com clientes inconvenientes. Um guia indica que se deve considerar se as ações tomadas se aplicam a qualquer outro cliente na mesma situação, além de acrescentar que a polícia deve ser chamada apenas se a situação parecer insegura.

O Instituto Perception, um consórcio de pesquisadores que auxilia a Starbucks, apontou em seus estudos para uma tendência de pessoas brancas inconscientemente associarem pessoas negras a comportamento criminoso.

“O trabalho que queremos fazer não é o de dizer que uma pessoa é ruim porque tem um estereótipo sobre um grupo, mas queremos explicar os porquês de o cérebro abrigar esses estereótipos”, disse o cofundador e diretor-executivo do instituto, Alexis McGill Johnson.

Defensores de campanhas antipreconceito disseram que uma tarde de treinamento nas lojas do Starbucks “não mexeria um fio no preconceito”. Eles também alegaram que muitos funcionários que receberão o treinamento não estarão mais trabalhando na Starbucks no próximo ano ou dois anos depois. (Com agências internacionais)

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