Em novo sinal de desespero, PT pode lançar Gleisi à Presidência para tentar negociar indulto a Lula

A agonia que domina a cúpula do Partido dos Trabalhadores piora sobremaneira com o passar dos dias, especialmente por causa da difícil situação do ex-presidente Lula, que cumpre pena de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Isso aumenta a dificuldade do partido em relação à corrida presidencial de outubro próximo.

Considerando que Lula está inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, o PT busca uma alternativa em termos de candidatura, ao mesmo tempo em que depende da figura do ex-metalúrgico para evitar uma catástrofe maior. Ou seja, os petistas pretendem levar adiante a bizarra candidatura de Lula como forma de catalisar votos Brasil afora.

Por conta desse cenário de incertezas, o PT tornou-se vulnerável a lufadas de insanidade. O mais recente devaneio petista brota da possibilidade de a legenda lançar a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann como candidata à Presidência da República. O que em termos políticos seria um monumental equívoco, pois a presidente nacional do PT está desidratada eleitoralmente, além de ser ré por corrupção não âmbito da Operação Lava-Jato, com julgamento que deve acontecer em breve.

A estratégia tem como objetivo negociar com algum candidato de esquerda q concessão de indulto ao agora presidiário Lula. Mesmo assim, o ex-presidente já pediu aos “companheiros” para que desistam da esdruxula tese do indulto. Na mira do PT está o presidenciável Ciro Gomes, do PDT, um típico “coronel nordestino” que insiste em ludibriar a opinião pública.


O plano petista ganhou corpo após a cúpula do PT constatar que Gleisi Helena está sem condições para tentar a reeleição ao Senado, situação que se repete em relação a eventual candidatura à Câmara dos Deputados. A presidente nacional do PT poderá ficar sem foro privilegiado a partir de 1º de fevereiro do próximo ano. E um cargo de ministra de Estado poderia salvá-la de um julgamento comandado pelo juiz Sérgio Moro.

No caso de a investida desesperada do partido fracassar – a possibilidade de isso acontecer é enorme –, Gleisi Hoffmann poderá usar o horário eleitoral do PT para continuar gralhando sobre vários temas, como a alegada inocência de Lula, a tese de que o petista-mor é um preso político, a eventual ingerência da ONU para libertá-lo. Ou seja, a velha e conhecida cantilena da “companheirada”.

Nove entre dez petistas sabem que é mínima a chance de Gleisi tornar-se minimamente competitiva no escopo da corrida presidencial. Contudo, uma candidatura da senadora ao Palácio do Planalto poderia levar Ciro Gomes a encampar a tese do indulto a Lula. Nos sonhos dourados do PT, esse pacote incluiria o fim da Operação Lava-Jato, detalhe que mostra de maneira clara o grau de desespero que acomete a legenda.

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