Programa de segurança pública do ultrarradical Bolsonaro contempla a repressão como instrumento estatal

Candidato do PSL à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro vem se apresentando ao eleitorado como um camaleão. Ou seja, Bolsonaro nem de longe é a farsa que veste o candidato. No momento em que a polarização encontra guarida na crescente preguiça política do brasileiro –acostumado com a chamada coisa pronta – o radicalismo agora camuflado do candidato avança em terreno fértil.

Nacionalista convicto e estatizante, Bolsonaro tem disparado pílulas de moderação na tentativa de atrair os liberais, cansados a essência criminosa da política nacional. Mesmo assim, o deputado do PSL, assim como qualquer presidenciável, será capaz de mudar a realidade brasileira apenas com promessas de campanha, muitas delas inexequíveis.

Bolsonaro, que defende a truculência – verbal ou física – como forma de solucionar problemas, já defendeu, tempos atrás, a esterilização como meio de combater a miséria e a criminalidade. Ou seja, o candidato crê que a criminalidade está diretamente relacionada à densidade populacional.


A verdadeira face de Jair Bolsonaro deverá ser confirmada em breve, mais uma vez, caso assuma como seu o plano de segurança desenvolvido pelo igualmente radical Major Olímpio, deputado federal por São Paulo. Quem lê a proposta não demora a perceber que o objetivo de Bolsonaro é fazer da repressão a sua bandeira de governo, caso saia vitorioso nas urnas.

Entre as medidas está a modificação do estatuto do desarmamento, assegurando aos cidadãos o direito de posse e porte de arma de fogo. Em outras palavras, o Brasil, que é uma terra sem lei,corre o risco de se transformar em faroeste a céu aberto, pois todas as discordâncias serão resolvidas à base de pólvora.

Contudo, chama a atenção um detalhe que aponta na direção da repressão institucionalizada: “assistência jurídica gratuita aos agentes de segurança pública”. Isso significa que o Estado custeará a defesa desses servidores em situações em que a lei foi violada. Não obstante, a proposta encomendada por Bolsonaro prevê a “edição das leis dos órgãos de segurança pública e do sistema prisional”.

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